Roleplay of legends
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Necis
Necis
Mensagens : 29
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Ionia      Empty Ionia

Seg Out 01, 2018 11:07 pm
Ionia      Image_10

Ionia é uma terra de beleza imaculada e magia natural. Os seus habitantes, que vivem em pequenos povoados espalhados por todo o continente insular, são pessoas espirituosas que procuram viver em harmonia e equilíbrio com o mundo. Existem muitas ordens e seitas, cada uma seguindo os seus próprios caminhos e ideais. Sendo uma região autossuficiente e isolacionista, Ionia manteve muitas vezes uma posição neutra nas guerras que assolaram Valoran ao longo dos séculos – até ser invadida por Noxus. Este conflito violento e ocupação forçaram Ionia a reconsiderar o seu lugar no mundo e a apostar mais na militarização e vigilância. Também a procura pelas artes negras está em ascensão.



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  Mágico (variado)  
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Última edição por Necis em Qua Out 24, 2018 10:22 pm, editado 1 vez(es)
Sanguinia
Sanguinia
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Ionia      Empty Re: Ionia

Qui Out 11, 2018 2:38 pm


Champions presentes: Shen, Syndra, Akali




- INÍCIO DO DIA -

SHEN
Localização: Jardim de Lótus, Cidade Capital

Após a travessia pelo portal, Shen deu por si num local que lhe era familiar. Nunca antes o tinha visitado no inverno mas ainda assim era impossível não reconhecer o icónico Jardim de Lótus da cidade capital. Era um local sagrado, usado principalmente para meditação, e Shen deduziu que os invocadores o tivessem eleito como ponto de chegada, dado que na capital era capaz de ser o sítio onde o súbito aparecimento de um grupo de pessoas daria menos nas vistas. No entanto, "aterrar" ali significava que tão cedo Shen não regressaria a casa, uma vez que a capital ficava a sul de Ionia e o esconderijo dos Kinkou a norte. O seu primeiro passo seria então arranjar uma estalagem onde pudesse jantar e passar a noite.

REN
Localização: Jardim de Lótus, Cidade Capital

Ren estava sentado num banco de pedra a tentar meditar. O seu mestre tinha-lhe dito que, na capital, o Jardim de Lótus era o sítio perfeito para se iniciar naquela arte. Infelizmente, qualquer que fosse a distracção, Ren perdia-se no processo e a concentração desaparecia.
Desta vez, foi um som estranho que lhe chegou aos ouvidos. Parecia... magia? "Magia?" pensou Ren assustado, abrindo imediatamente os olhos. À sua frente estava um portal, do qual saiu um homem com uma farda que lhe era familiar - no entanto, não se recordava de onde. Seria ele perigoso? Teria sido ele a invocar aquela magia toda? Nunca conhecera ninguém assim tão poderoso. Nem mesmo o seu mestre fazia coisas daquelas!
Tentou controlar a respiração para não fazer barulho mas a sua posição estava a descoberto e era óbvio que o homem o iria ver. Nervoso, acenou-lhe.
- Veio de visita? - perguntou Ren, sentindo o pânico na sua voz.

SHEN
Localização: Jardim de Lótus, Cidade Capital

Shen ainda mal tinha tido tempo para se orientar e ver que saída do jardim tomar, quando se deu conta da presença de um jovem rapaz, sentado num banco não muito longe do portal, e que o olhava com uma expressão de franco espanto. Não se acanhando, porém, o jovem abordou o ninja.
- De passagem, apenas. - devolveu Shen. Olhou por cima do ombro num gesto rápido antes de completar com: - Pelo menos eu.

SYNDRA
Localização: Jardim de Lótus, Cidade Capital

- Mas onde raio vim parar? - perguntou-se a Soberana depois de atravessar o portal e se deparar com um vasto jardim.
Os guardas invocados pelo mestre Ashram apareceram logo atrás dela e pararam ao mesmo tempo enquanto a Soberana absorvia os detalhes daquele espaço novo para si. Foi então que os seus olhos se pousaram em Shen e no homem com quem parecia estar a conversar. Aproximou-se deles.
- Ouve lá, sabes onde estamos? - perguntou a Shen. - E tu, quem és? Sabes sair daqui? Mostra-me o caminho. - disse virando-se para o outro homem dando-lhe pouca margem de manobra.

REN
Localização: Jardim de Lótus, Cidade Capital

O que quereria o homem dizer com o "Pelo menos eu?" A pergunta que se formava na mente de Ren não ficou muito tempo sem resposta pois de seguida saiu uma mulher com uns olhos assustadores de dentro do portal. Esta vinha acompanhada de duas criaturas horríveis. As sombras corpóreas fizeram Ren arrepiar-se desde os pés até à ponta dos seus cabelos escuros. Ainda por cima vinham todos na sua direcção!
Ren começou imediatamente a suar, arrependido de ter metido conversa. No entanto, tivera medo que o homem simplesmente o atacasse. Afinal, ele tinha aparecido no meio do nada, de um portal! O que raio estava a acontecer em Ionia?
- Sou... O meu nome é Ren. - respondeu, engasgando-se. - A saída é por ali...
Apontou então para uma das saídas do jardim. Este era grande e labiríntico, especialmente para quem não o conhecesse. Esperava não ter que os acompanhar.

SYNDRA
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

A Soberana olhou na direcção para onde o homem desconhecido apontara e, sem lhe dirigir sequer uma palavra de agradecimento, afastou-se ainda mais do solo, de modo a poder ver a saída por cima de toda a vegetação do jardim, e encaminhou-se para a mesma, esperando que assim conseguisse descobrir em que parte de Ionia estava. Isso por si só seria uma tarefa extremamente difícil, devido ao facto de ter vivido num local isolado durante grande parte da sua vida, mas se toda a gente fosse tão prestável como Ren, eventualmente descobriria a sua casa.
Do lado de fora do jardim várias eram as pessoas que frequentavam as ruas. Algumas olharam para a Soberana com medo, outras com fascínio, mas nenhuma se atrevia a aproximar-se.
Tomou um dos sentidos da rua e percorreu-a até se cruzar com outra rua, e mais outra, e mais outra. Quando deu por ela, a Soberana encontrava-se numa praça repleta de gente.

SHEN
Localização: Jardim de Lótus, Cidade Capital

Syndra apareceu logo de seguida e, contrariamente ao que seria de esperar de uma ioniana, a rapariga estava um bocado barulhenta, mas Shen acabou por atribuir isso ao facto dela estar chateada por os mestres lhe terem dado guardas. Como se isso não bastasse, Syndra foi também um tanto agressiva quando falou com o jovem Ren, que por sua vez desatou logo a gaguejar. Ainda assim, Ren lá lhe disse para que lado ficava a saída e Syndra pôs-se em marcha de imediato, sempre com os pequenos guardas atrás de si. Shen aguardou até a perder de vista, não fosse dar-lhe a vontade de regressar e atemorizar ainda mais o pobre rapaz, e só depois se retirou também dos jardins.
- Obrigado.

STEVE
Localização: Praça do Comércio, Cidade Principal

Steve queria naquele momento estar na Academia a beber com os seus amigos. Queria aproveitar a vida até ser escolhido para entrar em Summoners Rift para lutar. Mas os invocadores decidiram estragar-lhe as suas férias como a mais de três amigos e envia-los na missão de vigiar duas alunas. Inicialmente, Steve tinha medo da rapariga, mas os invocadores deram-lhe mais poder no que a poderia imobilizar de imediato. Steve ficou mais descansado depois de ter esse poder.
Ele e o seu amigo chegaram então a Ionia e Syndra começou logo a barafustar com um rapaz mal chegou.
- Ali? Ali... - repetiu Steve quando o rapaz lhes indicou a saída.
Syndra levitou ainda mais alto o que fez com que o pequeno minion inclinasse a sua cabeça para trás para ver para onde ela ia. Depois ela voltou quase ao chão e saiu dali, no que os dois minions seguiram de imediato repetindo ao ritmo que marchavam a última palavra que tinham ouvido (já que eles não sabem falar de outra forma):
- Ali. Ali. Ali. Ali. Ali. Ali...

AKALI
Localização: Casebre de uma Velha Curandeira, algures numa floresta perto da Cidade Capital

A velha curandeira, amiga de familiares antecedentes de Akali, acabara de tirar as várias folhas, verdes e quase secas por cima da ferida de Akali, era o seu último tratamento desde que Akali foi enviada para Ionia para ser curada. A ferida de Akali estava sarada na sua totalidade — Muito obrigado, Hannah — Proferiu Akali, deixando as suas mãos descerem até à sua cama feita de paus e ramos madeira, agarrando-se e elevando o seu corpo acima da cintura — Não se preocupe que eu não me esquecerei do que preciso de lhe trazer, está prometido — Akali desliza as suas pernas para o chão, levanta-se, e começa a vestir o seu fato habitual, agarra nas adagas colocando-as no seu cinto de descanso, e dirige-se à porta vendo a velha baixa e corcunda, dirigir-se à porta com muita calma e dificuldade — Tem cuidado, Akali não terás um futuro simples — Diz a velha deixando a sua voz falhar várias vezes devido à sua idade — Obrigado mais uma vez — Diz Akali, começando a correr pela floresta em direção à cidade central, seguindo o caminho que o seu instinto lhe indicava. Os pulmões de Akali respiraram ao fim de muitas semanas, o ar puro das florestas de Ionia.

SYNDRA
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Havia uma coisa boa em toda a confusão do mercado: o parlear dos guardas, que mais pareciam dois papagaios, era praticamente abafado pelos barulhos da rua.
- Se continuar assim vou dar em doida! - disse a Soberana para ninguém em particular, enquanto atrás de si os anões negros continuavam a sua lenga-lenga.
Ali, mesmo à entrada da praça, a Soberana lembrou-se de fazer algo que aprendera na academia que nunca julgara vir a precisar. Fechou os olhos e fez o seu melhor para limpar a mente; para se abstrair de tudo o que se passava à sua volta. Estava no seu país, embora em território que lhe era desconhecido, e precisava de pensar bem no que fazer de seguida.
A primeira coisa que achou melhor fazer foi dar menos nas vistas. Os seus planos para o futuro de Ionia não eram do conhecimento de ninguém, mas a notícia de que tinha morto o seu mestre já se tinha espalhado, portanto, por muito que lhe custasse (não só porque era um capricho seu, mas também porque ainda estava lesionada da queda em Niflheim), a Soberana desceu até ao nível do solo e fez desaparecer as suas esferas negras, para que fosse mais complicado reconhecerem-na.
- Pronto, de novo uma simples rapariga.
De seguida coxeou até à barraca de venda mais próxima de si e interpelou o homem de serviço.
- Vendem mapas aqui? Neste mercado, quero dizer...

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Depois de abandonar o Jardim de Lótus, Shen rumou à estalagem onde costumava ficar sempre que as suas obrigações o levavam à capital. Localizava-se na periferia, pelo que nunca estava tão lotada como as outras, e os donos (um casal de alguma idade) eram bastante discretos - um gesto que Shen apreciava e recompensava.
O caminho até lá não era dos melhores. O peso dos transportes de mercadorias e a infiltração da água das chuvas ao longo dos anos abatera o piso nuns pontos da estrada e levantara-o noutros, tornando assim qualquer viagem de carruagem uma autêntica dor de cabeça. Como tal, Shen preferiu ir a pé, encurtando o caminho através de um ou outro atalho, e por volta do final da tarde tinha chegado ao seu destino.
Apressou-se a entrar n' A Toca, pois entretanto começara a cair uma chuva morrinha, e instalou-se numa das poucas mesas vazias, admirando-se com a quantidade de gente que lá se encontrava.

AKALI
Localização: Centro da cidade, Ionia

Akali, percorrera imensos quilómetros pelo riacho, até encontrar o sentido para o centro, após chegar Akali sentiu logo imensos olhares em sua direção, talvez porque desapareceu imenso tempo para ser curada e agora aparece assim, de repente, e como habitual Akali detestava ser o centro das atenção, decidiu logo fazer uma cara de poucos amigos e habituar-se às pessoas, novamente, respirou bem fundo o ar da sua cidade natal — Ionia, que saudades — Pensou Akali, decidindo portanto percorrer Ionia para encontrar e descobrir de novo as suas rotinas, se bem que não seria algo fácil visto que esteve sem contacto com qualquer pessoa. Akali parou em frente a um pequeno chafariz que se situava mesmo no centro, encheu as suas mãos de água, e lavou a cara que estaria suja devido à vegetação da floresta de onde veio. A memória de Akali não estaria a cem por centro devido a tudo que passou, mas à medida que os seus olhos percorriam Ionia, ia-se recordando de tudo. Lembrara-se de onde costumava beber o chá verde, o seu preferido, na taberna que ficava mesmo no centro, Akali foi caminhando pelas ruas onde a sombra habitava, quase como se voltasse às suas rotinas, e tentou recordar-se do sentido da tal taberna, onde poderia encontrar com sorte caras conhecidas.

Steve
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Steve e o seu amigo Bob marchavam a passo acelerado para conseguirem acompanhar Syndra. A cada passo repetiam a palavra "Ali." Do nada, ela falou para o ar, no que Steve repetiu:
- Doida? - e trocou olhares com Bob que concordou com ele repetindo a palavra "doida". Depois de trocarem as palavras, substituíram a palavra "ali" por "doida" conforme marchavam - Doida. Doida. Doida. Doida.
Custavam-lhes imenso acompanha-la, mas felizmente ela parou de levitar e começou a caminhar como pessoas normais. As bolas que levitavam à sua volta também desapareceram no que Steve exclamou de admiração:
- Doidaaaaaa! Rapariga? Rapariga!
Continuaram a segui-la até um mercador e no fim de ela falar com ele, tanto Steve como Bob exclamaram:
- Dizer!

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

A Toca estava cheia. O negócio dos seus avós era bastante instável. Num dia tanto podia ter muita gente como no próximo tinham a casa vazia durante horas a fio. No entanto, eles já não tinham idade para ficarem sozinhos. Laila sempre tivera receio que algum dia entrassem criminosos por aquela porta adentro para lhes roubarem tudo. E visto que eram um casal idoso e bastante amável, eram também um alvo fácil. Por isso, depois de ter decidido que não queria arranjar um marido assim tão cedo, Laila começou a ajudar os avós na estalagem. E hoje era um daqueles dias, talvez devido à chuva que entretanto começara a cair juntamente com o crepúsculo.
A rapariga ia dançando pelas mesas com a bandeja na mão. Um caneco para ali, um toucinho para acolá... E agora um homem com ar misterioso acabara de entrar. Ela podia ter a atenção dividida por muita gente mas tomava sempre atenção a quem entrava por aquela porta adentro. O seu uniforme dava a entender que era alguém importante.
Laila limpou as mãos ao avental e encostou a bandeja à anca, aproximando-se do homem com a máscara, que se sentara entretanto.
- O que vai querer? - perguntou.

SYNDRA
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Enquanto a Soberana tentava conversar com o vendedor, os dois guardas que o mestre Ashram tinha invocado para mantê-la debaixo de olho repetiam vezes sem conta certas palavras que ela dizia, o que aos poucos ia dando cabo da sua paciência.
Olhando de soslaio para as pequenas criaturas que acompanhavam a estranha rapariga, o vendedor acabou por lhe dizer um pouco a gaguejar que naquele local não era provável que alguém vendesse mapas.
- Mas para onde a menina deseja ir? Talvez possa ajudá-la. - prontificou-se o homem cujo olhar continuava a saltar da Soberana para os guardas e dos guardas para a Soberana.
A Soberana não tinha um lugar exacto para onde ir. A sua fortaleza erguia-se uns valentes metros acima do solo e era ela quem a mantinha suspensa. Mesmo estando na academia, era algo que conseguia fazer, porém, talvez não no mesmo sítio e o mais provável era que o templo se tivesse movido entretanto. De qualquer das formas, mais valia ir para os mesmos lados e procurar nos céus. Uma fortaleza daquelas não podia passar despercebida.
- Khingan.
- Isso ainda fica um bocado longe daqui da capital, não fica? Por acaso não conheço muito bem, ora deixe-me cá ver... saindo daqui do mercado vai em direcção ao Jardim de Lotús. Tem de o contornar até chegar ao outro lado e depois qualquer caminho dá desde que seja a descer. Depois é melhor arranjar uma carruagem. Há vár...
Syndra virou-lhe costas tencionando então sair do mercado.
- ...não quer levar um destes lenços para a viagem? - ouviu o vendedor perguntar. Talvez até lhe tivesse dirigido um insulto pela sua falta de educação, mas a sua voz tornou-se cada vez menos perceptível à medida que a Soberana ia caminhando.
- Venham daí, anões chatos.

Pablo
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

- Senhorita, senhorita! - Um adolescente de pele escura, olhos esverdeados e amendoados, correu na direcção da jovem de cabelo branco. À procura da sua atenção colocou-se entre ela e o seu caminho, estendendo-lhe uma cesta com alguma fruta. - Porque não me compra uma ou duas maças? Apanhei-as esta manhã e garanto-lhe que são de boa qualidade! - Quando teve oportunidade de olhar para as criaturas que acompanhavam a mulher, perguntou. - Que tipo de cães são esses? Desconheço-lhes a espécie...

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Shen apenas tivera tempo de retirar das costas a mochila e as armas e arrumá-las a seu lado, amparando-as numa das outras cadeiras, antes de alguém vir recolher o seu pedido. Não se recordava do serviço ser tão rápido, tampouco da jovem que viera atendê-lo, mas dada a idade dos donos da estalagem, mais cedo ou mais tarde iriam ter de passar o estabelecimento a outra pessoa.
- Um caldo de frango e vegetais, por favor, e um quarto... se ainda tiver. - acrescentou duvidoso dada a gente ali presente. - O senhor Dan não está por cá? - perguntou ainda antes que a jovem se fosse embora.

HOMEM BÊBADO
Localização: ruas do centro da cidade, Cidade Capital

Caminhando no sentido oposto de Akali vinha um homem de espeto estrangeiro que lutava para colocar um pé à frente do outro sem que esse pequeno esforço o deitasse ao chão. Numa das mãos brandia uma garrafa de vinho quase vazia e com a outra gesticulava enquanto falava sozinho, as palavras saindo-lhe meio embaralhadas.
- ...nnnn toler'ist! Na minh'cassss!! Ou-ou-ouvm bem... RECHHHPEITO!
Quando passou perto de Akali e reparou na sua presença, cambaleou um pouco para o lado e estacou na rua, rodando apenas a cabeça enquanto observava a figura da ninja a passar por si. Assobiou.
- Oi! Oi! Alt'aí mlheeeer... tshhhhhh, ca toura... he...he... Oi! Alt!

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

O homem pediu um caldo de frango e vegetais e um quarto para ficar. Laila achava estranho que ele não tivesse pedido nada para beber, no entanto. Mesmo sendo um caldo, normalmente os clientes pediam sempre uma cerveja a acompanhar. Mas este cliente parecia bastante diferente dos outros. E, para além disso, conhecia o seu avô!
- Não sabia que conhecia o avô! Então já deve ser cliente regular, hmmm. O meu avô está na cozinha de momento a ajudar a avó. Ela já não tem cabeça para tudo. Ao balcão agora fico eu. Sou a Laila, já agora. E o senhor...?
De repente lembrou-se que não lhe respondera ao pedido do quarto. Um pouco envergonhada por ter ignorado completamente esse pormenor - que ainda por cima seria o que daria mais dinheiro à casa -, Laila voltou à carga.
- E sim, ainda temos um quarto ou outro disponível mas já são os mais rasquitas. Mas eu consigo metê-lo ao seu gosto, se assim desejar!

SYNDRA
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Prestes a regressar às ruas que ladeavam a praça, a Soberana viu-se quase a atropelar um jovem que lhe queria vender fruta. Esteve quase para lhe atirar um "Sai-me da frente, preto!" mas, uma vez forçada a olhar para o conteúdo da cesta, deu-se conta de que tinha fome. A sandes que lhe fora entregue ao almoço há muito tinha sido digerida e se não fossem as dores das costas e do pé talvez tivesse dado conta das dores de estômago.
No entanto, antes de fazer a vontade ao rapaz, este mencionou os guardas que a acompanhavam de uma maneira que lhe deu uma ideia de negócio.
- E que tal dares-me uma ou duas maçãs e eu mantenho os meus cães ferozes atrás de mim? - sorriu maliciosamente.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Depois de Shen mencionar o velho Dan, a jovem rapariga começou a falar com um entusiasmo acrescido. Afinal os donos da estalagem eram os mesmos, apenas tinham colocado a neta - Laila - a servir ao balcão enquanto eles se ocupavam dos afazeres de cozinha.
Pelo menos a simpatia e boa disposição tinham vingado com o passar das gerações. Restava saber se o mesmo acontecera com as restantes virtudes que favoreciam a preferência de Shen por aquele estabelecimento.
- Os seus avós tratam-me por Olho. Se fosse possível, gostaria de lhes dar uma palavrinha amanhã de manhã. Quanto ao quarto, agradeço a preocupação mas não precisa ter esse trabalho. Qualquer um serve.

STEVE
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

- Chatos, chatos. - começou logo Steve a dizer e o seu amigo foi atrás.
Porém Steve parou no local quando ouviu alguém a gritar "Senhorita" para Syndra de modo a interceptá-la no que Steve fez o exatamente o mesmo.
- Senhorita! Senhorita!
O jovem que a interceptou quis vender-lhe qualquer coisa. Steve levantava a cabeça de modo a olhar ora para Syndra, ora para o jovem, e quando vê que este se dirige para ele e o seu amigo, Steve repete num tom grave e assustador:
- E-s-p-é-c-i-e...
Steve queria mostrar que era mau! Steve era mau! Ele era um grande lutador e não gostava que lhe chamassem de "cão". Syndra falou para o jovem, no que Steve repetiu ainda em tom ameaçador ao mesmo tempo que levantava o seu mini-machado:
- M-i-m! M-i-m! M-i-m! M-i-m!

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

O homem disse que os seus avós o conheciam como Olho. Perante aquele nome, Laila não conseguiu esconder a sua expressão confusa. Ele tornava-se cada vez mais misterioso, o que deixava Laila interessada nele. Talvez mais tarde fizesse algumas perguntas aos seus avós. Se era um cliente habitual, com certeza que falavam de vez em quando.
O pedido do Olho a seguir veio a confirmar que eles realmente conversavam.
- Tudo bem, vou então buscar o seu caldo, a chave do seu quarto e já passo a palavra ao meu avô. - disse Laila.
Afastou-se da mesa dele e foi até à cozinha. Lá fez o pedido do caldo e passou a mensagem do Olho. Depois foi à dispensa, abriu o cofre e tirou de lá a chave de um dos últimos quartos que restavam.
- Querida, este senhor depois paga tudo quando der saída, inclusive o que comer, está bem? Não precisas de o incomodar com dinheiro antes disso. - disse Mary, a sua avó.
Esta já começara a preparar o caldo que o Olho pedira, deixando alguns outros pedidos para trás.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Laila fez uma expressão que demonstrou o quanto confusa tinha ficado com a resposta que lhe fora devolvida. Shen podia ler-lhe nos olhos todas as perguntas que lhe estariam a passar pela cabeça, mas a rapariga não chegou a colocar nenhuma delas. Em vez disso, retirou-se para então atender a cada um dos seus pedidos.
Tal comportamento foi do agrado do ninja, que esperava que a neta de Dan mantivesse a mesma discrição do avô. Se fosse outra estalajadeira qualquer, provavelmente tinha arriscado mais uma ou outra questão e Shen não se admiraria se no dia seguinte já toda a gente das redondezas soubesse que o Olho do Crespúsculo - fosse lá isso o que fosse - tinha ali pernoitado. Por vezes, especialmente durante missões, manter o seu paradeiro o mais em segredo possível era crucial para o seu sucesso. Como este não era o caso, seria uma boa oportunidade para testar a integridade da menina Leila e o futuro d' A Toca como porto de abrigo.

Bob
Localização: Praça do Comércio, Capital

Bob estava a tentar cumprir o seu trabalho da maneira mais eficaz possivel dadas as circunstâncias, mas a verdade é que estava a a revelar-se demasiado complicado acompanhar uma mulher que não parava quieta no chão. Podia sempre usar o seu cajado e fazer um pequeno feitiço com os pós de pirilim pim pim que o invocador lhe tinha dado, mas não queria usar para já o seu trunfo.

Quando ouviu alguém chamar pela sua "prisioneira de guerra", parou para examinar o recém-chegado - um rapaz, nada ameaçador, que à primeira vista apenas queria fazer negócio. O seu erro, no entanto foi tê-lo confundido com um cão.
Nada contente com a situação, focou-se em Steve para ver como reagia e logo de seguida repetiu os mesmos gestos e dizeres, mostrando o seu desagrado.
- M-i-m! M-i-m!

Pablo
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Pablo já estava à espera de uma resposta negativa, dado a altura do dia em que tinha escolhido para vender as últimas maças, mas nada como o que ouviu da boca daquela mulher.
Esta, não só queria que ele lhe desse as maçãs para a mão sem lhe pagar nada, como o ameaçara com as duas criaturinhas que tinha ao seu lado - que por esta altura já confirmara que definitivamente não eram cães, mas sim papagaios, pela descrição do seu velho pai.
- Por favor... - Disse nervosamente, ao mesmo tempo que olhava para o chão e agarrava as suas próprias calças em busca de coragem. - Eu preciso de vender estas maçãs. A minha irmã está doente e eu preciso do dinheiro para pagar aos medicos. - Soluçou.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Laila continuava a sua dança pelas mesas e, de vez em quando, dava por si a olhar para Olho. Será que ele tinha aquele nome por só ter um? Por baixo daquela máscara não dava bem para perceber se bem que ele tinha os dois olhos recortados nela. Mas podia ser sempre uma maneira de enganar os seus inimigos. Sim, Laila já percebera que ele devia ser algum tipo de guerreiro. Nunca imaginara que os seus avós tivessem clientes deste tipo, no entanto.
Entretanto, o pedido dele estava pronto para ser levado para a mesa. Pegou no caldo e nas chaves e cirandou até lá. Colocou tudo em cima da mesa e sorriu-lhe.
- Bom apetite! - exclamou.

SYNDRA
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Por incrível que parecesse, os guardas da Soberana pareciam ter ficado do lado dela, repetindo as suas palavras - aparentemente era tudo o que eles sabiam dizer - com uma entoação feroz, enquanto encaravam o jovem da mesma forma. Este, por sua vez, pediu que a Soberana pagasse o justo preço pelas maçãs pois tinha a irmã doente e o dinheiro fazia-lhe falta para a ajudar.
- Ah, não me venhas com a conversa do familiar doente, essa historinha é mais velha que os templos! Bem, queres fazer isto da maneira fácil ou dolorosa?

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Enquanto o seu jantar não chegava, Shen foi observando o ambiente da estalagem. Esta estava agora ainda mais cheia do que quando ali chegara e com a presença de tanta gente já nem dava para ver o exterior pelas janelas embaciadas. A única coisa que se conseguia perceber era que já tinha caído a noite e que a chuva se tinha intensificado, pois podia-se agora ouvir o som característico que esta fazia ao bater no telhado.
Algumas pessoas conversavam e riam de forma eufórica e Shen viu muito brinde ser proposto ao longo da noite. Lembrou-se então de uma possível razão para a qual A Toca poderia estar com tanta afluência. O Time of Snowdown ainda decorria e como tal era natural haver um aumento no número de viajantes, especialmente ali na Cidade Capital. Se os invocadores tivessem enviado os alunos pelos portais umas meras horitas mais tarde, talvez Shen não tivesse arranjado quarto em lado algum.
"Bom apetite!", exclamou Laila quando pousou o caldo e as chaves do quarto em frente a Shen, desviando a sua atenção para ela.
- Obrigado. - respondeu, ajeitando o banco para ficar mais próximo da mesa. Guardou as chaves no bolso e recolheu a máscara o suficiente para não a sujar, dando então início à sua refeição.

Steve
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Bob também não gostou que lhe chamassem de cão no que se juntou de imediato a Steve a mostrar o deu desagrado. O jovem estava claramente assustado e disse que precisava de dinheiro para ajudar a irmã. "Ajudar a irmã o tanas!" disse Steve no que só se ouviu a palavra - Médico! Médico! - sendo que Bob e os da sua espécie eram os únicos que entendiam o que ele disse realmente.
A sua prisioneira também não acreditou no jovem, ameaçando-o de seguida. Claro que Steve não gostou que lhe chamassem cão, mas não precisavam de andar à batatada!
- Doloroso! Doloroso! Doloroso! - disse colocando-se entre Syndra e o jovem de modo a impedir que houvesse sangue. Porém, da maneira que ele disse e se aproximou do jovem, podia ser mal entendido.

Laila
Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

O Olho agradeceu e, para espanto de Laila, removeu um pouco da sua máscara para poder comer. A rapariga ficou alguns segundos à espera que ele simplesmente removesse o resto mas rapidamente se apercebeu do quão parva estava a ser. Para além de estar a ser ridícula por estar a olhar fixamente para ele, ela não tinha que desvendar todos os mistérios do Universo. Mesmo que um deles estivesse mesmo ali à sua frente.
Mordendo o lábio inferior, Laila saiu da mesa do Olho e continuou o seu trabalho. Algo lhe dizia que nem mesmo os seus avós lhe iriam dizer algo acerca dele.

Pablo
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Mesmo depois de ter usado o seu maior trunfo, ela não se demoveu nem demonstrou um pingo de simpatia. O que tinha dito não era de todo mentira, mas também não era a completa verdade. Pablo tinha de facto uma irmã adoentada - vítima das guerras entre Noxus e Ionia - e precisava do dinheiro para pagar os seus tratamentos, mas não era o dinheiro que ia receber de meras maçãs que o ia ajudar. Ele precisava de mais. Por isso mesmo, tinha acordado num esquema macabro de trafico de pessoas. A única coisa que tinha que fazer era oferecer as maçãs injectadas com soporíferos aos seus alvos e esperar que adormecessem. A partir dai, já não tinha opinião na matéria.
Pablo estendeu a cesta à mulher, mas ainda lhe pediu no mesmo tom nervoso:
- Por favor, podes pelo menos dar-me metade do valor das maças?


Última edição por Sanguinia em Seg Out 15, 2018 9:30 pm, editado 3 vez(es)
Sanguinia
Sanguinia
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Ionia      Empty Re: Ionia

Qui Out 11, 2018 2:39 pm
Bob
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

O rapaz ficou perturbado de tal maneira que, num tom nervoso, revelou-lhes que precisava do dinheiro para poder pagar o tratamento da irmã que estava doente. Bob teria caído que nem um patinho, não fossem os seus companheiros contestar a resposta que lhes tinha sido oferecida.
- Doloroso? - Questionou-se confuso ((e a espumar da boca)).

SYNDRA
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

O rapaz, com o seu ar amedrontado, lá esticou a cesta das maçãs à Soberana e ainda teve a coragem de lhe pedir metade do valor das mesmas, mas a parte do pagamento já tinha passado à história há muito. Se o mocinho não se tivesse posto com conversas, a Soberana até tinha feito a justa troca pelas maçãs, mas depois de pensar que se calhar também tinha de pagar algo para os anões comerem (aquelas criaturinhas comiam?) decidiu que ia simplesmente poupar e levar a cesta ao preço da chuva.
- Não. - respondeu arrancando a cesta da fruta ao rapaz. - E agora pira-te antes que esse aí... - referindo-se ao guarda que se tinha colocado à sua frente - ...te morda uma perna. Vá, desaparece! - Três pequeninos pontos negros apareceram em torno da Soberana no momento em que elevou a sua voz para enxotar o rapaz mas tão rapidamente surgiram como desapareceram.

Pablo
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Negando-se a concretizar o último pedido do rapaz, a mulher de cabelo branco arrancou-lhe a cesta das mãos e ameaçou-o uma última vez com as criaturinhas estranhas. Pablo continuava sem saber ao certo que animais eram aqueles, mas contava que não fossem aguentar uma ou duas pauladas caso tentassem defender a dona.
Sabendo que se prolongasse muito naquela lenga-lenga, levantaria suspeitas, ele virou-lhe as costas e desapareceu no meio da multidão tão depressa como tinha aparecido.
O seu papel estava feito. Os seus companheiros tratariam do resto.

SHEN
Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

O caldo estava muito quente mas sabia-lhe bem assim. Enquanto jantava, Shen não conseguiu evitar pensar nos motivos que forçaram os invocadores a suspender as actividades do Instituto de Guerra por uma semana.
O assassínio de dois funcionários era uma tragédia gravíssima. Se alguém matava sem razão, ou era desequilibrado ao ponto de canalizar a sua fúria para algo que nada tinha a ver com o que quer que fosse que a enfurecia, então não podia andar por aí à solta.
Fazia-lhe, portanto, um bocado de comichão o facto dos invocadores terem dito que Diana ia ser expulsa. Não tinham adiantado mais informação sobre o que lhe iria acontecer mas, tanto quanto sabia, naquele preciso momento Diana poderia estar precisamente à solta.
Olhou com ar sério para o fundo da malga, agora vazia, mas no seu estado pensativo não estava na realidade a olhar para ela. Shen não fez ideia de quanto tempo ficou naquele "jogo do sério" com um objecto inanimado, mas quando viu que não valia a pena debruçar-se mais sobre o assunto de Diana e voltou a estar atento ao que o rodeava, apercebeu-se que ainda era homenzinho para comer mais qualquer coisa.
Fez sinal à menina Laila.
- Que sobremesas têm? - perguntou quando foi uma vez mais atendido.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Estava a apontar o pedido de dois homens que já tinham bebido uns quantos canecos a mais quando Laila reparou que o Olho a estava a chamar. Depois de se livrar deles, aproximou-se da mesa e este fez-lhe uma pergunta acerca da sobremesa.
- Temos doce de bolacha, gelado e tarte de lichias. - respondeu Laila.
A famosa tarte de lichias da sua avó era conhecida pela capital. Mas não conhecida o suficiente para terem a estalagem sempre cheia como hoje.

Steve
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

- Desaparece! Desaparece! - gritou Steve para a figura que desapareceu num ápice.
Quando voltou a olhar para a sua prisioneira assustou-se com as pequenas bolas que flutuavam à sua volta. Ele já as tinha visto anteriormente, mas para ser sincero, ele sentia que aquelas bolas tinham um enorme poder e que a qualquer momento o poderia agarrar e erguer no ar. Não... Isso aconteceria ao antigo Steve sim, mas agora os invocadores tinham-lhe dado mais poder, por isso aquelas bolas não lhe poderiam fazer mal.
- Desaparece? - interrogou-se sobre o que fazer a seguir.

SYNDRA
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Depois do rapazito ter-se posto a andar, a Soberana retomou a sua marcha em direcção ao Jardim de Lótus, seguindo as indicações do vendedor que abordara anteriormente. Os guardas anões seguiram-na de perto com o seu passo apressado, que teve de ser ainda mais apressado porque a Soberana decidiu acelerar um pouco mais, pois estava a chover.
- Venham daí. Comemos na viagem.
Queria ir embora para a sua fortaleza o quanto antes, portanto era importante que conseguissem apanhar transporte ainda naquele dia. O dinheiro que tinha não era pouco mas também não era o suficiente para pagar uma noite numa albergaria mais a viagem até casa. Tinha de optar e a escolha era mais que óbvia.
Contornaram o jardim labiríntico e meteram-se por um caminho sinuoso que tinha um percurso descendente. A Soberana tomou-o, levando a cesta das maçãs pendurado num dos seus braços e, como não havia ninguém ali, voltou levitar-se para poder acelerar ainda mais o passo.
- Não fiquem para trááááás… - cantarolou em tom divertido por haver a possibilidade de se ver livre dos seus acompanhantes.

SHEN
Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Laila veio atender Shen assim que pode e disse-lhe que sobremesas tinham prontas a servir.
O ninja esperava que houvesse algo que não fosse doçaria, mas na falta disso, talvez optasse então pelo que o senhor Dan costumava afirmar que era a melhor coisa que a sua esposa sabia fazer.
- Vou experimentar a tarte.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Laila sorriu ao ouvir o que o Olho escolhera como sobremesa. Acenando com a cabeça, afastou-se da sua mesa e ainda apanhou mais uns quantos pedidos pelo caminho. Entrou pela cozinha adentro e foi buscar uma fatia de tarte de lichias avantajada ao pequeno recipiente onde a sua avó a guardava. Pegou num garfo e num lenço para acompanhar o doce, de maneira a que o Olho não se sujasse, e levou tudo para a sua mesa.
- Então já conhece os avós e ainda não tinha experimentado a tarte? - perguntou Laila, fazendo conversa de ocasião.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Laila regressou pouco depois com uma gorda fatia de tarte de lichias, bem como um talher e um lenço. Antes que ela pousasse tudo em cima da mesa, Shen afastou da sua frente a malga do caldo para fazer espaço e agradeceu uma vez mais.
Uma coisa não podia negar: a tarte tinha muito bom aspecto. Pegou no garfo para começar a comer mas Laila tinha-se deixado ficar a fazer um pouco de conversa.
- É verdade. Confesso que tento manter-me afastado dos doces, mas um de vez em quando não faz mal.
Retirou uma porção da sobremesa e provou-a. Sabia bem melhor do que tinha imaginado, no entanto, se não fosse Shen a dizê-lo, provavelmente ninguém diria que tinha gostado.
- Afinal, todo este tempo andei a escolher a sobremesa errada. Está muito boa, os meus parabéns.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Depois de ver o Olho a afastar a malga onde comera o seu jantar, Laila quase que se mordeu a si mesma por se ter esquecido de levantar a mesa antes de lhe trazer a sobremesa. Pegando finalmente em tudo para que ele tivesse todo o espaço que precisasse, Laila ouviu com atenção a sua resposta.
Sendo ele um guerreiro, com certeza que devia querer que o seu corpo se mantivesse em forma, se bem que aquele uniforme não mostrava grande coisa. Ele estava completamente coberto, da cabeça aos pés. Era desconcertante.
- Direi à minha avó o quanto gostou. - disse Laila, fazendo uma pequena vénia. - Vou deixá-lo apreciá-la à vontade.
Afastou-se e suspirou, enquanto retomava o trabalho.

AKALI
Localização: Centro da Cidade

Akali apressadamente se vira na direção do homem embriagado, e agarra na sua adaga em forma de defesa, e dá um passo para trás na direção oposta ao homem, Akali serenamente – Desaparece daqui! – Akali agarrou com mais força a sua adaga direita, e percorreu o corpo do homem dos pés à cabeça reparando no seu aspeto sujo e impróprio

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Depois do elogio de Shen à última parte constituinte da sua refeição, a menina Laila deixou-o sossegado a saboreá-la, levando consigo a louça suja.
Shen levou o seu tempo a terminar. Nos próximos tempos teria de levar com os seus próprios cozinhados e eles nunca eram muito famosos. Pelo menos quando cozinhava só para si. Acabava sempre por fazer algo rápido e simples para não perder muito tempo e regressar ao trabalho mal acabasse, e como tinha muito trabalho em atraso mais valia aproveitar a última boa refeição enquanto pudesse.
Dado por finalizado o seu jantar, Shen ajeitou a máscara, colocou às costas as ninjato e a mochila, retirando desta última algum dinheiro, e, contrariamente ao costume, foi pagar o jantar, consciente de que Laila não deveria saber que ele e o velho Dan faziam as contas só no fim.
Assim que a apanhou numa das suas idas ao balcão, estendeu-lhe um saco com algumas moedas.
- Para pagar o jantar. Se não chegar, amanhã completo juntamente com o valor do quarto, pode ser assim?

HOMEM BÊBADO
Localização: ruas do centro da cidade, Cidade Capital

Mal o bebedolas se pôs a chamar pela estranha mulher, esta virou-se de frente para ele e mostrou um objecto cortante ao mesmo tempo que o mandava embora.
- Qu-qu'é iss, mlher? - questionou-a apontando para a adaga, um gesto que quase fez com que perdesse o equilíbrio. - 'Tás a dssfiarmmm?!? Hmm?
O homem já quase não conseguia manter o olho direito aberto mas mesmo assim conseguiu reparar que a mulher tinha o rosto tapado por uma peça qualquer de vestuário, um lenço talvez.
- V-v-vais 'ssaltarmm? Hmm? Oi! 'aisassaltam?! Xxxperaí...
Nisto o homem dobra-se todo para a frente e milagrosamente consegue colocar a garrafa de vinho de pé no chão sem a partir. Depois procede ao desatacar dos seus sapatos, atirando-os para o meio da estrada. Após tal feito, o homem voltou a pegar na garrafa e com um esforço hercúleo voltou a por-se na vertical, de mão livre em riste.
- Nom'ssaltarás! Heh. Hehe. - Parou de repente muito quieto a olhar para a ninja e depois inclinou-se para a frente a fazer beicinho, dizendo a frase seguinte de uma só assentada. - Qutalunhijinho? Roubunhijinho?

Bob
Localização: Praça do Comércio, Cidade Capital

Felizmente Bob não teve que se embrenhar demasiado no assunto, pois o rapaz acabou por lhes render as maçãs e ir-se embora sem nada dizer.
Já à pergunta do seu companheiro, limitou-se a encolher os ombros. Iria para onde Syndra fosse. Essa era a sua missão. Esta não demorou muito a tomar uma decisão e a pedir-lhes que a seguissem.
Bob assim o fez. Ao inicio seguiu-a de perto, mas quando ela acelerou o passo e se enveredou por trilhos dúbios, começou a ficar para trás.
- Vi-ah-gem! - Queixou-se por entre baforadas de ar.
Não foi para sua surpresa que a malvada ergueu-se do chão e começou a flutuar!
- Trás, trás trás! - Barafustou enquanto a via afastar-se.
Numa tentativa de a alcançar, começou a exigir mais das suas pernas, escorregou e caiu de focinho no chão.
- ... - Era altura. A altura para usar o seu poder! Apoiando-se no seu cajado, o minion levantou-se e encarou Syndra no ar. Ergueu o objecto mágico e com um movimento circular começou a fazer um encantamento que não demorou mais do que um momento para ter efeito. Uma esfera negra começou então a envolve-lo a ele e ao seu amigo - esferas mágicas e flutuantes, que seguiam os seus desejos e ordens. - !!
A sua inexperiência com as artes negras, no entanto, fizeram com que a mesma esfera começasse a rodopiar muito depressa no ar com ele lá dentro.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

A hora de maior confusão já tinha passado. Além disso, a chuva parecia ter acalmado lá fora pois as últimas pessoas que tinham entrado na Toca já não vinham a pingar o chão. Agora já não existiam tantas pessoas à procura de um jantar aconchegante mas sim de um caneco e uma sobremesa. Por isso, Laila encontrava-se atrás do balcão a limpar alguma da loiça que tinha sido lavada, especialmente copos para que não os faltasse. Entretanto, o Olho levantou-se e aproximou-se do balcão, estendendo um saco com moedas.
- A minha avó disse-me que pagava tudo no fim mas se prefere assim... - disse Laila, com algum receio em aceitar o dinheiro e estar a fazer alguma asneira.

Steve
Praça do Comércio, Cidade Capital

Como começou a chover, Syndra quis é sair dali, dando início à viagem.
- Viagem! - concordou Steve, ele também só queria era sair dali.
Mas devido à sua pequena estatura e ao passo acelerado de Syndra, Steve e Bob começaram a ficar para trás, soltando arfadas de ar pelas suas pequenas bocas enquanto corriam atrás da sua prisioneira. Esta decidiu levitar o que fez com que Steve e Bob perdessem imenso caminho e não a conseguissem apanhar, tanto que Bob caiu de cara no chão, o que fez Steve parar para o ajudar.
- Trás! Trás! - disse Steve no que Bob entenderia por "Ela está a fugir!".
Bob entendeu isso e deu uso aos poderes que os invocadores lhes deram para aquela missão. Duas bolas negras surgiram envolvendo-os e fazendo com que eles levitassem tal como Syndra. Porém, Bob não estava a safar-se bem naquela bola, e rodopiava sem parar. Syndra estava cada vez mais longe, mas Steve não a iria deixar escapar! Deixando o seu amigo aos rodopios, Steve optou por voar até Syndra o mais rapidamente que conseguia agarrando-a por uma perna assim que a alcançou. Ela de parou de imediato, devido à grande força que o minion tinha, e Steve barafustou apontando com o seu machado para Bob, que rodopiava no ar sem parar.
- Trás! Trás! Trás! TRÁS!

SHEN
Localização: Estalagem “A Toca”, periferia da Cidade Capital

Afinal a Avó de Laila já a tinha colocado a par de que Shen costumava pagar todos os seus gastos ao dar saída da estalagem, mas agora que ele lhe tinha estendido o saco das moedas, ficava já a conta do jantar arrumada e quiçá também a dormida.
- Não se preocupe, agora fazemos assim e amanhã terminamos as contas. Boa noite.
Retirou as chaves do bolso, para ver o número do quarto que lhe fora atribuído e de seguida meteu-se pelo corredor para o procurar, deixando para trás o barulho e confusão da sala de refeições.

SYNDRA
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

De repente a Soberana sentiu um peso anormal apoderar-se de uma das suas pernas que a puxou na direcção do chão. Era um dos seus “queridos” guardas e este tinha um aspecto diferente. Estava envolvido numa espécie de bolha que aparentemente o tinha permitido voar e não vinha nada contente. Os seus apontares de machado para o local de onde tinham acabado de vir foram seguidos pelo olhar da Soberana, que logo entendeu o porquê do anão a ter impedido de continuar o seu caminho.
O outro guarda estava também dentro de uma bolha, claramente composta por magia negra, que girava sem parar e o pobre coitado no seu interior girava de igual modo. Por um lado, aquilo dava à Soberana vontade de rir, mas por outro era mais um atraso e ela começava a temer não apanhar nenhum transporte ainda nessa noite.
Recorrendo aos seus poderes, a Soberana puxou o minion e o novelo negro que o envolvia para si e agarrou-o com força para que este não rodopiasse mais. Encarou as duas criaturas pequenas com ar de chateada pretendendo fazer-lhes uma ameaça. Lembrando-se, porém, que elas apenas repetiam as suas palavras e que se calhar não iam entender nem metade do que ia dizer, meteu o cesto das maçãs a pairar ao seu lado, enfiou as mãos dentro das esferas de magia (que felizmente para ela não surtiu nenhum efeito adverso), agarrou os guardas pelos mantos e retomou o caminho com uma velocidade ainda maior que a anterior.
- Sinceramente… - murmurou entre-dentes.
Quando de longe viu que a estrada estava prestes a alargar para ir dar a uma praça cheia de carroças, a Soberana abrandou e fez-se pousar no chão, arrastando os anões consigo.
- Por acaso vocês não conseguem ficar invisíveis, pois não? - perguntou mal os seus pés sentiram o solo molhado pela chuva.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Laila aceitou a bolsa com dinheiro do Olho depois da sua breve explicação.
- Tenha uma boa noite! - conseguiu ainda exclamar.
Entretanto viu-o a desaparecer pelo corredor, como uma sombra. Aquele homem era, sem dúvida, muito misterioso.

Bob
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Bob simplesmente não se conseguia endireitar naquela maldita. Ora se inclinava demasiado para a esquerda e começava a rodopiar para a esquerda, ora se inclinava demasiado para a direita e começava a rodopiar para a direita.
Depois daquele rodopiar todo, já estava a começar a sentir-se nauseado. Felizmente, o salvador que menos esperava, foi em seu auxílio. Syndra agarrou-o firmemente para que parasse de rodopiar e logo a seguir agarrou-o pelo manto, continuando a sua jornada.
- Trás... - Soltou um suspiro cansado.
Quando pousaram no chão, já se sentia um bocadinho melhor, mas não o suficiente para se conseguir manter direito. Cambaleou alguns passos e respondeu.
- Não? - A não ser que Reginald lhes tivesse dado poder para tal, eles não conseguiriam manter-se invisíveis. Mas não custava tentar.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

- 10... 11... ah! 12.
Shen fez rodar a chave na fechadura e entrou no quarto que a menina Laila lhe atribuíra. O seu interior estava iluminado por duas candeias, suspensas de cada lado da cama, e apesar de modesto encontrava-se impecavelmente arrumado.
Voltou a trancar a porta por dentro e pousou a mochila junto a uma segunda porta que teve logo de abrir para ver onde ia dar. Tratava-se de uma casa de banho apertadinha mas só o facto de existir já dizia muito do valor que o quarto tinha. Deixou essa porta aberta e foi-se sentar na cama, onde se descalçou e despiu as peças exteriores do seu traje Kinkou. Como ainda não era muito tarde, Shen aproveitou o facto de ter luz para acabar de ler a sua correspondência.

Steve
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

A sua prisioneira abrandou logo o passo pousando no chão. Satisfeito com o seu poder de a fazer parar, Steve exclamou orgulhosamente:
- Trás!
Esta felizmente foi buscar Bob e pegou nos dois puxando-os pelos mantos e partiu a grande velocidade pelas ruas de Ionia. Quando parou e os pousou, Steve sentia-se tonto daquela viagem toda e cambaleou assim como o seu amigo Bob. Syndra fez depois uma questão que nem Steve sabia responder.
- Não? Não... - comentou trocando olhares com Bob e encolheu os ombros.

SYNDRA
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Os pequenotes entreolharam-se e responderam "Não" ao mesmo tempo que encolhiam os ombros. Devia ser a primeira vez que as suas palavras batiam certo com aquilo que eles realmente queriam dizer. Ainda assim, não era o que a Soberana queria ouvir.
- Nesse caso sugiro que arranjem maneira de se fazerem desaparecer ou de voar atrás da carruagem porque ali os cocheiros não vos vão deixar entrar. E eu quero fazer esta viagem. Hoje. - disse ameaçadoramente. Retirou uma maçã do cesto, deu-lhe uma trinca e virou costas aos minions, dirigindo-se ao local onde vários meios de transporte se alinhavam junto ao passeio.
- Vai para Khingan? - perguntou a um homem que estava a dar de beber água a um cavalo.
- Não, só para oeste. Para nordeste tem de perguntar acolá. - disse o homem apontando para um grupo de homens que conversava e fumava do outro lado da estrada juntos das suas carruagens.
A Soberana atravessou a estrada e interpelou o grupo de cocheiros.
- Khingan? Alguma carruagem para Khingan?

Jonas
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

A noite tinha caído e o turno de Jonas estava quase a terminar. Mais uma viagem para Khingan e podia voltar para o buraco a que chamava casa. Aquele tinha sido o único emprego que conseguira arranjar depois do crime que cometera e do tempo que passara atrás das grades. Em Ionia a paz era algo que tinha que prevalecer e pessoas como Jonas só a interrompiam. Nem ele sabia como é que não chegara a ser exilado; talvez por não ter fecundado a rapariga e toda a gente ter tentado que o caso fosse esquecido.
Enquanto fumava e conversava com outros cocheiros, Jonas viu uma bela mulher com uns olhos perigosos aparecer. Ela vinha a morder uma maçã e sabia perfeitamente para onde queria ir.
- Khingan é comigo, s'nhora. - respondeu ele, deitando o fumo fora.

Bob
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Bob pareceu ficar incomodado quando a prisioneira lhes exigiu que arranjassem uma maneira de camuflarem a sua presença. Seria ele assim tão feio para não poder aparecer publicamente? Bleh, a prisioneira estava era a começar a exigir demais. Virou-se então para Steve:
- Hoje. Hoje, hoje hoje! ((Mas que raio. Ela quer é pôr-nos fora da carruagem! Não podemos deixar que nos faça gato de sapato!)) - Pausou e pareceu ficar apreensivo por uns minutos. - Hoje, hoje, hoje... Hoje. Hoje, hoje! ((E que tal se... Steve, vamos disfarçar-nos de humanos. Só precisamos de uma gabardina longa e um bigode postiço!)).

SYNDRA
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Um dos homens do grupo manifestou-se perante a pergunta da Soberana mas não moveu um músculo no sentido de se dirigir à sua carruagem para irem embora. Em vez disso continuou a fumar, o que para a pressa que a Soberana tinha era um bocado enervante.
- Então? Quando parte?

Jonas
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

A senhora de cabelo branco parecia estar com pressa mas ainda não eram horas de partir. Além disso, atrás dela estavam duas criaturinhas estranhas que pareciam ser as suas mascotes.
- Quando a s'nhora me disser que bichos são esses e pagar pelas vossas passagens, poderemos partir. - respondeu Jonas.
Com aqueles passageiros de certeza que mais ninguém iria querer partir naquela carruagem.

Steve
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Syndra acabou por se afastar ligeiramente de Steve e Bob de modo a ir procurar uma carruagem que a levasse ao seu (e aos minions) destino. Bem que ela ameaçou-os que eles precisavam de se disfarçar ou iriam ficar de fora da carruagem. Como era lógico, Bob não gostou da conversa e Steve também não! Mas o seu amigo acabou por ter uma grande ideia. Se os dois se disfarçassem de humanos, talvez pudessem ir na carruagem juntamente com a prisioneira.
- Hoje hoje hoje! Hoje, hoje hoje hoje? ((Parece-me uma ótima ideia! Mas onde vamos arranjar o disfarce?)) - respondeu Steve repetindo a última coisa que tinha ouvido dos humanos. Apesar de Syndra e um cocheiro estarem a falar, ele não lhes estava a prestar muita atenção.
Steve olhou ao seu redor e viu no chão umas ervas castanhas escuras que quase pareciam com um bigode. Arrancou-as no chão e tentou prende-las na cara. Quando as conseguiu fixar, disse:
- Hoje hoje! ((Já só falta a gabardina!))

Bob
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

A maneira como o seu companheiro de guerra alinhou na brincadeira - que na verdade até era bastante séria - deixou-o satisfeito.
- Lolololol. - Bob riu-se assim que viu Steve com o bigode improvisado. - Hoje hoje, hoje. ((Isso é mais complicado, mas podemos tentar.))
O minion feiticeiro percorreu o lugar onde estavam estacionadas as carruagens em busca de um humano que estivesse a vestir uma gabardina e quando encontrou um, juntou as mãos sobre o seu cajado com o fim de conjurar uma cópia do que tinha visto. Depois de vocalizar umas palavras estranhas, o pedaço de tecido que pretendia começou a materializar-se sobre a sua cabeça e veio cobrir por completo o seu corpo.
- Hoje!! Hoje!! ((Consegui!! Consegui!!)) Lololol.

SYNDRA
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Quando o cocheiro mencionou os "bichos", a Soberana quis esbofeteá-los. Então não lhes tinha dito para se esconderem ou não iriam a lado nenhum? Rodou sobre os calcanhares para olhar na direcção que o cocheiro apontara e deu de caras com dois anões disfarçados de maneira muito precária: um tinha posto ervas debaixo do nariz como se fossem bigodes e outro mudara de casaco. Se fosse um outro dia qualquer, a Soberana explodiria de raiva e projectaria aqueles dois inúteis pelos ares até os perder de vista mas naquele momento, pelo contrário, sentia-se estranhamente calma. Demasiado calma. Estava mais cansada do que pensara e sentia os olhos pesarem-lhe.
Voltou-se de novo para o cocheiro esforçando-se por se manter acordada.
- Não os conheço. Vai levar-me ou não?

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Assim que Shen colocou a leitura em dia voltou a guardar a correspondência dentro da mochila. Dada a situação em que se encontrava, não valia a pena dar-se ao trabalho de elaborar as respostas pois o mais provável era que as as cartas chegassem aos destinatários ao mesmo tempo que ele chegaria a casa.
Aproveitando o facto de se ter levantado para ir à mochila, o ninja retirou umas peças de roupa simples para utilizar como pijama e as suas coisas para tomar banho, e foi fazer isso mesmo.
Após o banho tomado, apagou as candeias e deitou-se na cama, desta vez por baixo dos cobertores. Devido ao cansaço acumulado dos últimos dias, não demorou muito para que Shen adormecesse.

Jonas
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Os bichos estavam a fazer coisas estranhas. Estavam a usar... usar magia? E a mascarar-se? A resposta da mulher de cabelos brancos não o convenceu.
- Então de onde é qu'eles apareceram? - perguntou Jonas. - Ainda por cima estão a olhar pra si.

SYNDRA
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

- Eu sei lá! Se calhar sentem-se atraídos pela minha beleza.
A Soberana riu-se da própria piada de uma maneira incomum. Parecia bêbada. Bêbada de sono. De qualquer das formas, já não estava para ter aquela conversa e o seu discurso começava a não fazer sentido algum. Tudo o que queria era meter-se na carruagem e adormecer enquanto o homem casmurro fazia o trajecto até Khingan.
- Mas você não quer ganhar dinheiro, homem? Pronto! Eu vou a pé então! - disse cambaleando para o lado oposto das carruagens. - Chô! - disse aos minions que estavam atrás dela.

Jonas
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Mas estaria ela bêbada? Parecia que o seu corpo cambaleava ao mesmo tempo que mandava vir com Jonas e as suas perguntas. Ele estava a achar uma piada enorme a tudo aquilo. Claro que queria ganhar dinheiro mas aquelas duas criaturas eram demasiado estranhas para meter a sua vida em perigo apenas por alguns trocos - ainda por cima ela nem sequer queria pagar por eles!
Vendo-a a apoiar-se na carruagem, Jonas ponderou que talvez ela se sentisse mal o suficiente para poder parar a meio da viagem e conhecer aquele corpo misterioso. Visto que era a última que tinha de fazer naquele turno, se demorasse um pouco mais de tempo podia sempre dar a desculpa que um cliente se tinha sentido mal ou assim. O controlo não era tanto pois a maior dos cocheiros já tinham ido para casa e não existiriam testemunhas pois só existia uma passageira.
Agarrou-a de maneira a que ela não caísse.
- Está a sentir-se bem, s'nhora? - perguntou Jonas. - Fazemos assim: entre na carruagem, eu levo-a a Khingan e paga-me no fim.
"Se chegar lá inteira..." pensou Jonas. Mas com o seu dinheiro iria sempre ficar. Depois de a despir toda, iria procurar pela sua carteira.

SYNDRA
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

O cocheiro lá acabou por aceitar levar a Soberana ao destino pretendido, segurando-a quando ela se desequilibrou.
- Agora estamos a conversar. - Sorriu ao mesmo tempo que dava mais uma trinca tosca na maçã que ainda segurava de alguma forma na mão. - Delicia. Anões, a mim! - Chamou dessa forma pelos seus guardas mascarados e dirigiu-se à carruagem mais próxima sem ter a certeza se era a correcta. Nunca na sua vida se tinha sentido tão atacada pelo sono como lhe estava a acontecer agora. Não era nada normal mas aquele também não era o momento para pensar nisso. Não conseguiria mesmo que tentasse. O importante era que já tinha arranjado o transporte para casa.

Steve
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

- Lolololol. - riu-se também Steve assim que viu que Bob tinha gostado do seu disfarce.
Steve observou de seguida o seu amigo a deslocar-se até um humano e a copiar a sua gabardina caindo-lhe uma réplica na sua cabeça. Isso causou uma explosão de gargalhadas em Steve.
- LOLOLOLOLOLOL! Hoje! (Boa!)
De seguida a sua atenção mudou para Syndra e para o cocheiro. Syndra disse que não os conhecia de lado nenhum, o que deixou Steve um bocado chateado. Primeiro não queria que eles fossem com ela dentro da carruagem, depois ainda dizia que não os conhecia? Ah minha menina, isso não ia ser bem assim! Ela não podia simplesmente ver-se livre deles, isso é que não!
Se bem que antes de Steve se pronunciar, Syndra virou as costas ao cocheiro passando pelos minions de uma forma bastante estranha, como se estivesse embriagada.
- Chô chô chô chô, chô? ((Ela diz que não nos conhece, mas que raio?)) - protestou ele finalmente para Bob.
No entanto o cocheiro mudou de ideias e disse que lhe arranjava transporte para a levar a Khingan. E eles? Como iriam? Se bem que Syndra chamou-os de imediato para irem com eles na carruagem.
- Mim mim! ((Afinal vamos com ela!)) - disse Steve a Bob - Mim mim. ((Vamos Bob.)) - acrescentou quando começou a correr na sua direção com os grandes bigodes a esvoaçarem para os lados da sua cara.

Jonas
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

- Mas afinal a s'nhora conhece os bichos ou não? Já não estou a perceber nada! O combinado era que a levava a si, não a essas coisas estranhas. - disse Jonas, irritado por a mulher de cabelos brancos estar a tentar dar-lhe a volta. - Afinal vai pagar por eles também ou não?
A última viagem da noite já estava a ficar demasiado atrasada por causa daquela situação toda. E com aqueles bichos na carruagem, pelos vistos, já não conseguiria fazer o que queria.

SYNDRA
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

- 'Tá, 'tá, 'tá bem. Vamos ou não? - A Soberana já não conseguia perceber nada do que o homenzinho estava para ali a dizer. Estava completamente perdida de sono e tinha a sensação de que mal ele lhe abrisse a carruagem ela ia cair redonda no banco. Nunca tal lhe acontecera antes mas talvez a viagem do portal lhe sugara as forças ou então eram os diabinhos anões ou a falta de jantar... Alguma coisa era, porque aquilo não era normal mas a Soberana já não tinha capacidade para pensar no assunto.
- Abra lá a porta, homem, se não nem amanhã chegamos!

Jonas
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Parecia que finalmente ela estava a admitir que os bichos eram amigos seus e ia pagar pelas suas passagens. Finalmente! Vendo-a a reclamar, Jonas abriu a porta da carruagem enquanto murmurava para si mesmo que apesar de jeitosa a gaja era chata como tudo.
Enquanto esperava que entrassem todos na carruagem, Jonas caminhou até aos cavalos que transportariam o veículo e deu-lhes uma festinha para os encorajar para a última viagem da noite. Sentou-se finalmente no seu lugar e depois de confirmar que a porta estava fechada e todos lá dentro, deu às rédeas e os cavalos começaram a galopar.

SYNDRA
Localização: Grande Estação de Carruagens, Cidade Capital

Finalmente o homenzinho abriu a porta da carruagem. A Soberana entrou, pousou a cesta das maçãs e atirou-se para o banco, onde se estendeu. Sentia-me muito cansada e enfraquecida mas estava convicta de que umas horinhas de sono seriam remédio santo.
- Comam... oooooaa... o resto se quiserem. - atirou para o ar por entre um bocejo. Não sabia se os minions do mestre Ashram a tinham seguido ou não mas já não conseguia olhar para trás. Tinha pela frente uma longa noite de viagem e iria aproveitá-la da melhor forma. A dormir.


Última edição por Sanguinia em Seg Out 15, 2018 9:33 pm, editado 1 vez(es)
Sanguinia
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Ionia      Empty Re: Ionia

Qui Out 11, 2018 3:14 pm
- TERÇA-FEIRA, MANHÃ -


Jonas
Localização: Khingan

Finalmente tinham chegado. Estava na altura de Jonas ir para casa e dormir a manhã inteira pois tinha que voltar a trabalhar depois de almoço. Jonas saltou do seu lugar e abriu a porta da carruagem, olhando lá para dentro. A mulher parecia estar a dormir profundamente. Se aquelas criaturas não estivessem ali, Jonas teria-se aproveitado dela, sem dúvida alguma. Mas elas não lhe inspiravam nenhuma confiança.
- Bom dia s'nhora, já chegámos. - disse Jonas alto o suficiente para a acordar.
Queria o seu dinheiro rapidamente para se ir embora.

Bob
Localização: Khingan

Conforme se foi aproximando do seu companheiro, foi-se apercebendo que a atenção dele tinha recaído mais uma vez sobre a prisioneira. O que se passava agora?
- Chô...? - Aparentemente, a prisioneira não queria pagar pelos três e estava a tentar dar a volta ao cocheiro. A certo ponto, pareceu-lhe que ela tinha sido bem sucedida, mas o malvado do homem, no último momento, mudou de ideias.
Aquela situação estava a tornar-se ridícula. Syndra já não sabia o que queria e o cocheiro também não estava a facilitar. Não tardaria mais valia era reproduzir uma carruagem igual à do cocheiro, como tinha feiro com o pedaço de pano (se isso fosse sequer possível de fazer).
- Chegamos chegamos chegamos chegamos? ((Mas afinal em que é que ficamos?))
Vendo, por fim, o cocheiro a ceder-lhes um lugar na carruagem, Bob não se fez de esquisito. Entrou logo a seguir aos seus companheiros e sentou-se num canto a olhar para a sua prisioneira. Para uma "guerreira" escolhida a dedo pelos invocadores tinha muitos defeitos.
- Quiserem, quiserem quiserem? ((Mas ela não sabe que nós não precisamos de comer?)) - Perguntou ao mesmo tempo que pousava o cajado ao seu lado e se esticava na cadeira. - Quiserem quiserem quiserem... ((Se quiseres podes comê-las tu, eu estou de dieta.))
À medida que a noite avançou, Bob começou a sentir as suas pálpebras a ficarem pesadas e eventualmente adormeceu.

O som da porta da carruagem a abrir-se fê-lo acordar. Já era manhã e tinham chegado finalmente chegado ao dito destino. Aquele lugar não lhe parecia muito diferente do primeiro, mas decidiu confiar nos instintos da prisioneira para os guiar. Com um salto saiu da carruagem e fitou o cocheiro.
- Chegámos.

Steve
Localização: Khingan

Os bigodes acabaram por cair pelo caminho até à carruagem. Depois de instalados, Syndra acabou por adormecer de imediato oferecendo o resto das maçãs a ele e a Bob. Bob disse que não ia comer porque estava de dieta, mas Steve até estava inclinado a dar uma trinca só porque o sabor da maçã fazia-lhe lembrar o sabor da cidra, e como ele adorava cidra! No entanto, quando pegou numa maçã, sentiu algo estranho nela. Cheirou-a e viu que ela não era assim tão boa quanto ele pensava. Voltou a atira-la para dentro da cesta e protestou:
- Quiserem quiserem quiserem quiserem! Quiserem... ((Aquele rapaz vendeu maçãs de baixa qualidade! Malandro...))
Steve sentiu a carroça a arrancar e colocou-se mais confortável ao lado de Bob. Passado pouco tempo, tinha adormecido.

Steve foi acordado pelo cocheiro que tinha aberto a porta para dizer que tinham chegado. Bob saltou da carruagem e Steve fez o mesmo pronunciando em coro com Bob:
- Chegámos!

SYNDRA
Localização: Khingan

Syndra acordou meia atordoada. Tinha um braço dormente pois dormira com a cabeça em cima dele e sentia-se um pouco enjoada. Não tardou a perceber que não estava na academia e só por isso ficou em pânico. Mas ao voltar-se para trás e dar de caras com um homem e duas criaturas sem cara quase lhe deu um ataque cardíaco.
Gritando, recuou o mais que o espaço da carruagem lhe permitia, pois não sabia nem o que tinha acontecido nem o que o trio pretendia com ela. No entanto, a cara confusa do homem quando a viu reagir de tal maneira fez com que o cérebro de Syndra começasse a trabalhar para a acalmar.
"Espera, calma, isto é obra da Soberana. Ela conhece este homem.
Parou de gritar e tentou regularizar a respiração.
- Quero dizer... bom dia. Assustou-me. Onde estamos?

Jonas
Localização: Khingan

As criaturinhas foram as primeiras a acordar. No entanto, quando a mulher de cabelo branco acordou, a sua reacção foi tudo menos o que Jonas estava à espera. Era como se ela não o reconhecesse e tivesse adoptado uma personalidade completamente diferente. A sua pergunta deixou-o ainda mais confuso.
- Estamos em Khingan, s'nhora. Depois de ontem ter insistido tanto comigo até é de admirar na' saber onde está! - exclamou Jonas. - E agora está na altura de pagar a sua viagem e desses... bichos.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Shen acordou para o novo dia bem cedo. O corpo estava habituado a despertar mais ou menos à mesma hora todos os dias e o de hoje não era excepção. Não sendo pessoa de ficar a morrinhar na cama, Shen levantou-se, foi à casa-de-banho, vestiu-se e depois de arrumar todos os pertences de novo na mochila, saiu do quarto. A viagem que tinha pela frente era longa, portanto, mal terminasse de tomar o pequeno-almoço, teria de arrepiar caminho. Assim, dirigiu-se ao balcão da recepção.
- Bom dia. Aqui tem as chaves e vou querer tomar o pequeno-almoço. Posso sentar-me?

SYNDRA
Localização: Khingan

"Khingan? Como é que eu estou em Khingan??", pensou Syndra abismada quando o homem lhe deu uma resposta. Mas mais estranho que isso foi o que ele disse a seguir.
- D-desses b-bichos?
"Eles vieram comigo???"
- Deixe-me ver... - acabou por dizer totalmente atrapalhada enquanto procurava a carteira. - Quanto é?

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

A noite de ontem tinha acabado bastante tarde devido à quantidade de loiça que Laila e os seus avós tinham para lavar. Além disso, também era necessário limpar-se a estalagem; devido à chuva, o chão estava cheio de lama e as casas-de-banho também não estavam bonitas de se ver.
No entanto, terça-feira de manhã Laila levantou-se cedo. Não era natural ir logo de manhã para a estalagem, pois não existia assim tanto movimento. Mas Laila queria estar por perto enquanto o Olho também estivesse lá. Assim sendo, levantou-se cedo, com olheiras enormes por baixo dos olhos, tomou banho, vestiu-se e arrepiou caminho para a estalagem dos avós. Eles costumavam dormir lá mas ela tinha a sua própria casa.
Quando lá chegou, foi imediatamente vestir o avental e apanhar o cabelo. Entretanto viu o Olho a aparecer no corredor e caminhou até à recepção, pronta para o receber.
- Bom dia. Pode, sim senhor! Já lá passo para ir buscar o seu pedido. - disse Laila.
Foi guardar as chaves no pequeno cofre onde tantas outras estavam guardadas e depois foi buscar um tabuleiro.

Jonas
Localização: Khingan

"Louvada Guardiã..." pensou Jonas, "Ela não se lembra de nada!" Era a oportunidade perfeita para fazer um pouco mais de dinheiro do que o habitual. Não tinha trocado preços com a mulher na noite anterior mas soubera perfeitamente que ela ia ser forreta. Será que agora as coisas iam ser diferentes?
- Três moedas de ouro. - respondeu Jonas, tentando não parecer demasiado ansioso por receber o dinheiro.
Normalmente, numa viagem daquelas, cada passageiro precisava apenas de pagar uma moeda de prata. As crianças pagavam apenas cinquenta de cobre. Era uma pechincha. Mas aqui, Jonas podia fazer mesmo bom dinheiro com esta cabeça de vento!

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Uma vez mais a menina Laila recebeu o ninja com simpatia e indicou-lhe as mesas para aguardar pelo serviço. Dado que o espaço estava vazio àquela hora, Shen sentou-se numa mesa próxima das janelas, como era seu hábito até na academia, e espreitou para o exterior, avaliando o tempo.
A mesma chuva morrinha continuava a cair, o que não era problema desde que assim continuasse. Se o tempo piorasse havia a possibilidade de ter de ficar na Capital, mas se assim fosse, depois pensaria no que fazer.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

De tabuleiro na mão, Laila caminhou até à mesma onde o Olho se encontrava.
- O que vai querer, então? - perguntou.

SYNDRA
Localização: Khingan

Ao ouvir qual era o preço da viagem, Syndra parou como uma estátua. Ela não tinha três moedas de ouro! Nunca na vida tinha trabalhado, portanto nunca tivera fonte de rendimento. Agora que estava na academia recebia algum dinheiro mas duas semanas não eram nada!
- Desculpe, disse 3 moedas de ouro? Uma moeda por... pessoa? - hesitou pois as criaturas não tinham aspecto de pessoas. Aproveitou-se disso. - Não me podia fazer um desconto? E-eles não ocupam o mesmo espaço que uma pessoa - disse incerta do que aquilo poderia vir a resultar.

Jonas
Localização: Khingan

Ela estava muito mais mansa, disso não existiam dúvidas! A julgar pela altividade que demonstrara na noite anterior, Jonas realmente pensara que ela tinha poder de compra. Mas isto era só mais uma maneira de poder fazer as coisas como queria.
- Faço-lhe um desconto sem problema algum mas preciso de receber algo em troca... - disse Jonas, entrando dentro da carruagem e fechando a porta atrás de si.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Shen voltou a tapar a janela com a cortina e voltou a sua atenção para Laila, com ar pensativo. Parecia inacreditável mas não tinha pensado no que queria comer. Dado que os pratos típicos de Ionia tinham estado disponíveis na academia apenas uma vez desde que Shen lá ingressara (e apenas porque fora dia de festa), seria uma boa oportunidade para matar saudades dos sabores que o tinham acompanhado toda a vida.
- Podem ser dois baozi... com o recheio que tiver e chá branco para acompanhar. Seria também possível fazer algo... uma sandes por exemplo, para levar para o meu almoço?

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

- Sim, claro, sem problema algum. - respondeu Laila enquanto apontava o pedido do Olho mentalmente.
Depois de lhe oferecer um pequeno sorriso, foi até à cozinha e comunicou o pedido do homem à sua avó. Esta começou imediatamente a tratar dos baozi, colocando-os na panela de pressão para que acabassem mais depressa. Enquanto isso, Laila tratava do chá e da sandes que o Olho lhe pedira.
Com tudo pronto, Laila levou tudo em cima do tabuleiro até à mesa do Olho. Não tinha trazido dois, mas sim quatro baozi. Ao colocar tudo em frente ao homem, decidiu explicar-lhe o porquê daquela dose extra:
- A avó diz que os baozi ficam pela conta da casa.

Steve
Localização: Khingan

Syndra acordou sobressaltada e assustada, parecia uma pessoa totalmente diferente da noite anterior. Ela gaguejou enquanto dizia que não sabia quem eram aqueles bichos. Como assim ela não sabia quem eram Steve e Bob? Parecia que ela nunca os tinha visto antes e Steve ficou bastante confuso com aquela conversa toda.
- Ouro ouro? ((Ela não se lembra de nós?)) - disse trocando olhares com Bob.
Depois do cocheiro lhe pedir dinheiro, que Syndra reclamou ser muito (Steve não fazia ideia de como o dinheiro funcionava naquele mundo), o cocheiro disse que ela podia pagar de outra forma e entrou na carruagem fechando-a atrás de si, deixando Steve e Bob cá fora.
- Troca troca troca troca troca? ((Queres ver que eles agora vão-se embora sem nós?)) - disse Steve ainda mais confuso.
Primeiro Syndra estava assustada (aquela mulher era mais do tipo que assustava as pessoas e não das que ficavam assustadas), parecia não reconhecer os guardas que a acompanhavam e depois o cocheiro entrou com ela na carruagem? Mas que raio de confusão!

Bob
Localização: Khingan

A forma como Syndra deu os bons-dias, fez com que Bob desse um pulo no próprio lugar. Seria alguma tradição acordar a gritar naquela terra? Perante a sua justificação Bob assumiu que não. Bem, também não era para menos, com um tipo tão feio a acordá-la Bob também ficaria assustado! - os humanos, na sua opinião, eram longe de atraentes.
Perante a afirmação de Steve, ele apenas encolheu os ombros. Devia ser do sono.
Quando os dois humanos se puseram a negociar, Bob revirou os olhos e suspirou. Que complicado era viver no mundo dos humanos! Ainda assim não estava completamente satisfeito com os termos que o homem propusera. "Pagar pelos três" tinha dito ele... Tanto Bob como Steve eram praticamente feitos de fumo negro e não ocupavam muito espaço! Era um absurdo cobrar uma moeda de ouro por cada um.
Isso deu uma nova ideia a Bob. E se ele conseguisse reproduzir outras moedas de ouro como tinha feito com a gabardine? Melhor, e se ele usasse essas moedas duplicadas para viver à grande no mundo dos humanos? Sem invocadores para o chatear, sem prisioneiros chatos ou cocheiros aberrantes. O paraíso!
Bob foi acordado pelo seu companheiro que temia que eles agora se fossem embora.
- Troca, troca! ((Nem pensar!)) - Bob avançou até aos cavalos e ficou a olhá-los com um olhar ameaçador para impedi-los que se fossem embora.

SYNDRA
Localização: Khingan

A situação melhorou e piorou numa questão de segundos, pois o homem disse que fazia um desconto mas em troca de algo que não era de todo o que Syndra esperava. O homem meteu-se dentro da carruagem e fechou a porta atrás dele. Syndra voltou a gritar enquanto se encolhia a um canto da carruagem, esperando que o homenzinho não se aproximasse mais. Ela sabia o que podia acontecer se ele o fizesse.
- Afaste-se de mim! - avisou. Uns pontinhos luminosos apareceram à volta de Syndra crescendo em tamanho até se parecerem com meloas roxas.
- Estou a avisar, volte a abrir a porta e deixe-me sair ou vai-se magoar - disse com a voz a tremer-lhe. - Eu dou-lhe todo o dinheiro que tiver e... - olhando à sua volta - ... estas... maçãs?!?

Jonas
Localização: Khingan

A mulher começou a gritar. Jonas ainda nem sequer fizera nada, apenas entrara e fechara a porta atrás de si. Já tinha dado para perceber que ela não era nenhuma virgem, mas aquela reacção era tão estranha quanto tudo o que estava a acontecer desde que ela acordara.
Ao ver os pontos luminosos que voavam à volta dela, Jonas começou a entender que, para além daqueles bichos assustadores, ela também era detentora de magia. Tratou de abrir a porta da carruagem e sair lá para fora imediatamente, quase esbarrando com as criaturas pelo caminho. Sacudiu a roupa, como se estivesse coberta de pó, um gesto nervoso que tinha ganho ao longo dos anos.
- Então dê-me o seu dinheiro todo, rápido! - exclamou Jonas, já enervado com a situação toda. - Tenho mais que fazer!

Steve
Localização: Khingan

Bob tratou logo de se meter à frente dos cavalos de modo a impedir que estes fossem embora deixando-os ali. Steve decidiu então ir bater à porta da carroça para ver se pelo menos eles podiam ir de viagem também. Mas antes de se aproximar ouviu um grito que o assustou dando um pequeno pulo no sítio. Pouco depois a porta abre-se e o cocheiro sai tropeçando em Steve que caiu para o lado de cara no chão. Steve não gostou da brincadeira.
- Fazer fazer!!! ((Olha por onde andas!!!)) - disse enquanto se levantava. Ele estava chateado e os seus olhos começaram a brilhar imenso num tom amarelo-alaranjado, quase fogo, na direção do cocheiro.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Laila acedeu ao pedido de Shen e pouco depois de se ter retirado para a cozinha trouxe-lhe tudo num tabuleiro. Ao inspeccionar o que a menina trouxera para a mesa, o ninja não pode deixar de reparar que o número de baozi estava errado, mas Laila apressou-se a explicar que eram uma oferta da casa.
Shen até costumava ter um apetite voraz, portanto não iria recusar mais duas unidades daqueles bolinhos, no entanto não gostava quando lhe ofereciam coisas. Não era a primeira vez, e provavelmente não seria a última, mas era algo ao qual não se conseguia habituar.
- Agradecido. Têm muito bom aspecto.
Se não fosse Kennen uma vez lhe ter dito que ele devia aceitar o que as pessoas lhes ofereciam e de lhe ter explicado o porquê, talvez naquele momento estaria embrenhado numa discussão educada com Laila em que os bolinhos estariam nada mais nada menos do que a dançar da beira da mesa mais próxima de Shen para a beira da mesa mais próxima de Laila.
- Quando terminar seria então possível dar uma palavrinha ao seu avô? Ou ainda é cedo?

SYNDRA
Localização: Khingan

O homem tão depressa fechou a porta da carruagem como a abriu e saiu para a rua, reclamando o seu dinheiro. Syndra sentiu-se mais calma e chateada ao mesmo tempo. Era um misto de emoções que só ela já estava acostumada a sentir. Sentia-se aldrabada pelo cocheiro e com um certo medo dele e ao mesmo tempo aliviada por ter conseguido desencoraja-lo das suas más intenções, embora tivesse precisado de utilizar o poder que tanto odiava e que tanto mal já tinha causado. Então e aquelas duas criaturas anãs? O que raio eram elas e porque a acompanhavam? Uma vez mais Syndra deparava-se com a sua vida de pernas para o ar, sem fazer o mínimo de sentido.
Agarrou na sua mala, no cesto de maçãs, e no porta moedas e marchou para fora da carruagem. Com ar carrancudo, Syndra entregou o porta-moedas e as maçãs ao homem e esperou que ele se fosse embora (caso ele o fizesse). Por muito maluquinha que parecesse tinha de perguntar às criaturas quem eram e o que tinha acontecido para estarem fora da academia.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Depois do Olho lhe agradecer, Laila viu um cliente a fazer-lhe sinal. No entanto, o homem ainda tinha uma pergunta para lhe fazer.
- Pode sim. Agora há pouco movimento por isso esteja à vontade. - respondeu Laila. - Bom apetite!
Afastou-se então, indo ter com o cliente que a tinha chamado.

Jonas
Localização: Khingan

Depois da mulher lhe entregar praticamente tudo o que tinha, Jonas sentou-se no seu lugar de cocheiro e tratou de sair dali o mais depressa possível. Felizmente morava ali perto.

Bob
Localização: Khigan

O seu companheiro foi mais inteligente e foi bater à porta da carruagem. Felizmente, ou infelizmente porque o cocheiro acabou por tropeçar em Steve, a sua acção teve resultado.
- Fazer, fazer... Fazer, fazer fazer! ((Não vale a pena Steve... Eu por mim não lhe dava o dinheiro!))
O seu desabafo de pouco ou nada lhe valeu, pois Syndra acabou por entregar ao cocheiro tudo o que tinha na sua posse.
- Fazer, fazer, fazer... ((E isto foi pelo mau serviço...))
Bem, fosse como fosse, os negócios dos humanos a ele não lhe diziam respeito.
Aproximou-se depois de Syndra:
- Fazer? ((E agora?))

SHEN
Localização: Estalagem “A Toca”, periferia da Cidade Capital

Depois de dizer que Shen estaria à vontade para conversar com o seu avô, Laila ausentou-se para dar continuidade ao seu trabalho. Assim que voltou a ficar sozinho à mesa, o ninja atacou o pequeno-almoço com vontade. Num dia morrinhento como aquele, não havia nada melhor que os baozi para o aquecer por dentro. Só esperava que a porção extra não o deixasse com o estômago demasiado cheio para a viagem de barco que iria fazer a seguir.
Quando o prato e copo ficaram vazios, Shen guardou a sande e colocou a mochila e arma às costas, dirigindo-se então à cozinha. Bateu à porta com os nós dos dedos e entrou, pedindo permissão.
- Bom dia, senhor Dan, posso entrar?

SYNDRA
Localização: Khingan

O cocheiro foi-se logo embora deixando Syndra sozinha com as criaturas desconhecidas. Suspirou, aliviada por se ter visto livre de parte da encruzilhada na qual se via metida, e respirou fundo antes de passar à próxima peça do puzzle.
- O que vamos fazer? - respondeu à criatura que a questionara. - Antes de sequer pensar nisso tenho de vos fazer umas perguntas que podem não fazer muito sentido, mas queria pedir-vos que me respondessem na mesma, pode ser? Primeiro: Quem são vocês e porque me estão a seguir?

Steve
Localização: Khingan

Syndra acabou por dar tudo o que tinha ao cocheiro. Se bem que ele não merecia nada depois de ter atropelado Steve e o ter feito cair no chão! Mas de qualquer das maneiras, ele não tinha que se meter. Desde que Syndra não fizesse asneiras, Steve estava bem, apesar de se encontrar claramente irritado com aquele incidente.
- Fazer fazer! ((Eu também não lho dava!)) - respondeu ele a Bob.
Depois do maldito cocheiro ir embora, Syndra aproximou-se dos dois pequenos guardas e fez várias perguntas. Como assim ela não sabia quem eram?
- Seguir seguir! ((Sou o Steve!)) - apresentou-se Steve levantando o seu braço no ar a cumprimenta-la. Já que no dia anterior Syndra nunca lhe perguntara no nome, seria uma boa oportunidade para se apresentar. Se bem que ele não sabia ao certo se ela o compreendia - Seguir seguir seguir seguir? ((Como assim não sabes porquê te seguimos?)) - questionou ele de seguida. Não tinha lógica ela não saber quem eles eram... Os mestres tinham deixado claro o porquê de Bob e Steve estarem ali com ela.

Bob
Localização: Khigan

A resposta coerente que Bob esperava, acabou por se tornar numa pergunta muito parecida à sua.
- Fazer?... - Estava confuso. Até agora tinha sido Syndra a guiá-los por Ionia e fazia sentido que continuasse a ser assim. No entanto, a maneira como ela os abordara, fazia-o crer que ela nunca soubera para onde ir. Para agravar a situação, ela também não se lembrava do que tinha acontecido na academia ou das ordens do Mestre Relivash. Seria amnésia, afinal?
Depois de se apresentar, Steve fez uma pergunta que também estava a ocorrer a Bob no momento. "Como assim?"
- Seguir, seguir... ((Tu lutaste...)) - Apontou para Syndra e simulou uns quantos socos no ar. - ...seguir, seguir... ((...e os invocadores...)) - Meteu a mão ao peito e endireitou-se o mais que pôde. - seguir, seguir! ((...não gostaram e puniram-te!)) - Deu uma palmada na sua própria mão e apontou mais uma vez Syndra.
Não fazia ideia se iria sequer conseguir transmitir-lhe uma fracção do que se tinha passado, mas valia a pena tentar.

DAN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

- Sim, claro! Entre! Entre! - exclamou Dan ao ver o Olho espreitar pela porta. Largou o que estava a fazer, pedindo à esposa que tomasse o seu lugar, e foi ter com o seu cliente, arrastando a sua perna direita com o auxílio de uma bengala. A sua condição de nascença que mal fora perceptível nos seus tempos de juventude tinha piorado cada vez mais com a idade e nos últimos tempos acabara mesmo por interferir com a sua locomoção.
- Espero que os baozi tenham sido do seu agrado... Venha, venha. - Disse ao passar pelo Olho e continuando a caminhar em direcção a uma porta ao fundo da cozinha que dava para o seu escritório. - Aqui estaremos mais à vontade.
O escritório de Dan não era nada mais do que o reaproveitamento do espaço por baixo das escadas que davam acesso ao piso superior, onde ele e a sua esposa viviam. Era uma divisão pequena, onde "à vontade" cabia apenas uma pessoa, mas também era onde Dan guardava toda a sua papelada e tratava dos assuntos mais importantes da estalagem. Sentou-se pesadamente no banco de três pernas que guardara debaixo da secretária improvisada e fez um gesto para que o Olho ocupasse um banco idêntico que estava num cantinho a servir de suporte a um par de sapatos.
- Estive a engraxá-los ontem à noite, mas pode pô-los no chão.

SYNDRA
Localização: Khingan

Syndra ficou boquiaberta quando as criaturas começaram a falar consigo. Só diziam uma palavra! A parte boa era o facto de terem a percepção de que Syndra não as compreendia, pois juntamente com os vários "seguir" gesticulavam as suas intenções.
Um dos seres pareceu estar a apresentar-se dado que esticara uma mãozinha preta para o ar, que Syndra abanou por entre o seu polegar e indicador. Já o outro tentou dizer algo mais complexo.
- Eu... Eu! - começou Syndra por dizer ao tentar adivinhar o que a segunda criatura queria expressar. - Luta. Batalha. Luta! Eu! Eu andei à luta. Eu andei à luta?
Syndra já não estava a gostar nada do que lhe estava a ser dito. "Porque é que a Soberana é tão conflituosa? Sempre, sempre, sempre a fazer mal aos outros...", pensou frustrada.
A segunda parte da "charada" era mais complicada.
- Promessa...? - arriscou quando a criatura levou a mão ao peito - Eu prometi bater em alguém?

Steve
Localização: Khingan

Bob começou a gesticular para explicar a Syndra o que se tinha passado. Steve nem se lembrou de tal coisa mas ficou bastante entusiasmado em brincar ao jogo da mímica! Ele adorava o jogo da mímica! Enquanto Bob explicava e Syndra tentava entender o que dizia, Steve bateu palmas alegremente esperando que pudesse chegar a sua vez. Talvez Syndra não fosse entender tudo o que o seu amigo lhe explicasse.
Foi o que aconteceu. Syndra não percebeu a segunda parte no que Steve avançou logo à frente para pedir atenção, era a sua vez de se explicar.
- Alguém alguém... ((os invocadores)) - e sentou-se no chão de pernas cruzadas e com as mãos nos joelhos como se estivesse a meditar, de modo a interpretar o invocador Relivash, depois levantou-se e puxou com força o seu capuz ainda mais para baixo de modo a cobrir toda a sua face de fumo com o objetivo de interpretar o invocador Ashram e por último juntou as mãos junto ao peito e fez a forma de mamas de modo a interpretar Miss Vessaria. Faltava a Miss Mandrake, mas não sabia como a interpretar, por isso avançou para a próxima parte - alguém alguém alguém! ((não gostaram e puniram-te!)) - e fez um gesto de um chicote e bateu no ar várias vezes. Será que ela iria ficar esclarecida agora?

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Shen atravessou a porta da cozinha, assim que foi convidado a entrar, e cumprimentou com um breve aceno a esposa de Dan, que por sua vez lhe devolveu o cumprimento com um sorriso ao mesmo tempo que se ocupava com o que o marido estivera a cozinhar.
Dan estava notoriamente pior de saúde (Shen não se recordava de o ver de bengala da última vez que pernoitara n'A Toca) e talvez fosse por essa razão que colocara Laila a ajudá-lo, uma decisão sensata dada a sua condição. A sua boa disposição, por outro lado, mantinha-se inalterada.
- Estavam muito bons sim, obrigado. - respondeu-lhe o ninja.
Por incentivo do dono da estalagem, os dois homens dirigiram-se a um compartimento de dimensões reduzidas que ficava a um dos cantos da cozinha. Tratava-se de um local de tecto inclinado que possuía apenas essencialmente um velho armário e uma mesa, ambos repletos de papéis. Shen conseguiu ler de relance num deles o que lhe pareceu ser uma lista de ingredientes para se fazer "Cágado Guisado".
Seguindo as instruções de Dan, Shen desimpediu um banco e espremeu-se para se conseguir sentar juntamente com o velhote dentro daquele cubículo.
Para que não se fizesse tarde para si, Shen deu início à conversa, tendo o cuidado de não ir logo directo ao assunto principal. Apesar de ser essa a sua vontade, já tinha reparado noutras ocasiões que Dan gostava que lhe dessem atenção e isso também lhe soltava a língua.
- Então senhor Dan, a sua neta decidiu abraçar o negócio de família?

SYNDRA
Localização: Khingan

A segunda interpretação de Syndra estava errada pois a criatura que se apresentara em primeiro lugar juntou-se ao "jogo da mímica" para tentar fazer a aluna compreender o que tinha acontecido por meio de gestos alternativos.
Agora completamente concentrada, Syndra tentou esperar para ver todas as pistas antes de formular algum palpite. Poderia ser que no conjunto conseguisse perceber pelo menos o que era essencial.
"Sentar. Meditar. Meditar... Cobrir. Frio. Ou será esconder? Hum... O quê?!? Mamas?!?"
- MAMAS! - gritou muito alto descobrindo por fim qual era a palavra por detrás de todos aqueles gestos. - INVOCADORES! Invocadores, ok ok ok ok... - apressou-se a baixar a voz porque as suas exclamações tinham atraído os olhares dos transeuntes.
A seguir a criatura fingiu estar a bater em Syndra, o que passava então por ser os invocadores a bater em Syndra.
- Aaaaah... Eu andei à luta. E os invocadores... os invocadores... e-e-expulsaram--me?? - exclamou incrédula.

DAN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Depois de ambos os homens se sentarem o Olho foi o primeiro a falar, mencionando o facto de haver uma cara nova na estalagem.
- Ah sim, a minha princesa. Não sei se isto é o que ela quer fazer da vida mas para já está a ajudar-nos, abençoada seja. A idade já pesa, senhor Olho, e eu já não me movimento como antes. Se for eu a andar pelas mesas, de madrugada ainda estou a servir pratos! - comentou com uma risada cansada.

Bob
Localização: Khigan

Syndra não mostrou quaisquer dificuldades em interpretar o que Bob lhe ia dizendo... Isto é, até ter chegado à parte dos invocadores.
- Promessa?! - Repetiu confuso.
Felizmente o seu companheiro estava lá para o ajudar e rapidamente tomou as rédeas da situação. Da mesma maneira que Bob tinha tentado transmitir a sua mensagem, Steve acabou por fazer uns quantos gestos mais "agressivos" que ajudaram Syndra a perceber o que queriam dizer - ainda que da maneira mais tosca possível.
- Ok... - Repetiu meio incrédulo, depois de piscar os olhos por várias vezes.
O problema, no entanto, foi quando ela assumiu que os invocadores a tinham expulsado.
- Expulsaram-me. ((Não.)) - Disse ao mesmo tempo que abanava a cabeça negativamente.
Comunicar-lhe os pormenores do que tinha acontecido estava a ser mais díficil do que tinha imaginado, e com certas coisas, a mímica poderia não resultar. Foi então que Bob se lembrou de outra alternativa: o desenho. Usando o seu cajado na terra, começou por esboçar três "stickmans" que representavam os invocadores - a um adicionou-lhes duas bolas redondas na zona do peito. Depois, desenhou quatro arcos que simbolizavam os portais e ligou-os aos invocadores. Por fim, desenhou outros "stickmans" a atravessarem os portais, dando especial destaque a um que tinha um adereço na cabeça e apontou para Syndra.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Shen anuiu perante o comentário de Dan mas não partilhou da gargalhada. Por norma Dan era uma pessoa bem disposta, mesmo quando as coisas não corriam tão bem, mas por muito que o velho sorrisse não conseguia esconder o seu estado cada vez mais debilitado.
- Entendo. Uma ajuda é sempre bem-vinda. Mas nesse caso agora tem passado mais tempo aqui na cozinha, não é verdade?
Shen estava a aproximar-se do cerne da conversa. Dan era um olho do Olho. Alguém que tirava proveito da sua profissão para saber de uma ou outra informação que por vezes escapava dos lábios dos clientes que se excediam na bebida. Para a maioria não passavam de desabafos ilógicos, mas Dan, que noutros tempos tinha tentado a sua sorte em entrar no grupo selecto que eram os Kinkou, sabia distinguir os balões das bombas.

SYNDRA
Localização: Khingan

Syndra estava aterrada com a notícia. Olhava fixamente para a estrada, para lá das duas criaturas que ainda gesticulavam à sua frente, sem saber o que fazer. Finalmente tinha conseguido uma oportunidade, que não aparecia todos os dias, de se tornar mais forte e de obter ajuda para derrotar a Soberana e acabara por estragar tudo. Ela estragara tudo.
Olhou por fim para as figuras pequeninas. Continuava sem perceber porque elas a estavam a acompanhar.
- M-mas p...
Syndra calou-se ao reparar que o ser que mimicara em primeiro lugar estava a escrever algo na terra. A escrever não. A desenhar. Pousou as mãos sobre os joelhos e inclinou-se para tentar ver melhor o que ele lhe iria tentar dizer desta vez.
"Três pessoas. Mam.."
- Já percebi, os invocadores, eu sei. - disse impaciente, a sua testa encurricando-se. Aguardou. - En-então eu não fui a única a ser mandada embora? Espera...
Syndra aninhou-se e com um dedo refez os círculos cravados na terra, demorando-se no seu raciocínio. Quando falou, todas as suas perguntas carregavam o mesmo sentimento: esperança.
- Isto são portais? Como os de Niflheim? Fomos mandados noutra missão?

Steve
Localização: Khingan

O choque da Syndra fez com que Bob passasse a outro método: desenhos no chão. O amigo de Steve desenhou então os invocadores e vários portais à sua volta e vários bonecos a entrar nos portais.
- Portais! Portais! ((Sim! Sim!)) - disse Steve enquanto batia palmas e acenava positivamente relativamente aos portais. - Missão! Missão! ((Não! Não!)) - disse depois enquanto acenava com a cabeça negativamente em relação à missão.
Como iriam explicar a parte seguinte? Como iriam explicar que uma aluna tinha assassinado uns funcionários e por causa disso tinham sido dispensados das aulas? Steve teve uma ideia e roubou o pau a Bob começando ele a desenhar.
Primeiramente desenhou 7 quadrados fazendo uma cruz no primeiro e levantou o seu olhar para Syndra para ela prestar atenção. Apontando para o quadrado com a cruz, usou a mão livre e fez um sinal para trás das costas, como que a indicar que tinha sido o dia de ontem. Depois apontou para cada dia seguinte e com a mão livre deixou o indicador esticado e rodou o pulso várias vezes a dar o sinal dos dias seguintes que iam passar e parou no último onde fez uma seta e a seguir desenhou um grande edifício, parecido com um castelo, representando a academia. Esperava que com aquilo ela entendesse que tinha uma semana para ali estar. Por último fez uma roda à volta de todos os outros dias (exepto o que tinha a cruz) atirou o pau para o chão e começou a rodopiar e a dançar, pegando em Bob começando a dançar uma valsa com ele, depois largou-o e deitou-se no chão descontraído como se estivesse a apanhar sol, levantou-se novamente e pôs-se a andar de um lado para o outro e apanhou uma flor que ali estava perto e cheirou-a, como se tivesse a aproveitar o tempo e a natureza.
- Missão? ((Compreendeste?)) - perguntou no fim aproximando-se dela cansado. Esperava que o assunto estivesse encerrado.

DAN
Localização: Estalagem "A Toca", Periferia da Cidade Capital

- Sim. Agora só me aventuro pelas mesas quando temos cá pouca gente, o que não tem acontecido ultimamente. É típico desta altura do ano.
Dan sabia que pergunta viria a seguir, portanto continuou, adiantando-se ao Olho.
- De maneira que... não tenho nada para si, Sr. Olho. Infelizmente. Ou felizmente, não é? Que me tenha apercebido, pelo menos. Mas se quiser posso perguntar à minha neta se por acaso notou em alguma coisa assim mais fora do normal.
Antes do Olho ter tempo de formular uma resposta, Dan já estava a gritar pela mulher.
- OH GI! CHAMA A LAILA!


Última edição por Sanguinia em Seg Out 15, 2018 9:36 pm, editado 1 vez(es)
Sanguinia
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Qui Out 11, 2018 3:21 pm
Laila
Localização: Estalagem "A Toca", Periferia da Cidade Capital

A jovem encontrava-se a limpar o balcão e tudo o que se encontrava à sua volta ou em cima dele quando a sua avó a chamou. Não tinham muitos clientes àquela hora, visto que ainda era muito cedo. Ainda só tinham servido alguns pequenos-almoços aos mais madrugadores mas nada mais; portanto, era a altura certa para dar um jeitinho no sítio que mais tarde estaria coberto em cascas de frutos secos, gordura, cerveja entornada e, se fosse uma noite mais atribulada, vómito.
Parando o que estava a fazer, Laila pousou os produtos de limpeza e limpou as mãos ao avental, entrando no escritório do avô, para onde tinha sido chamada.
Quando entrou, não conseguiu deixar de sentir surpresa. Sabia que o Olho queria falar com o seu avô mas pensava que já o tinham feito e ele já se tinha ido embora. Afinal, andara tão distraída com as suas tarefas que nem se apercebera que eles se tinham confinado os dois ali.
- Olá novamente. - cumprimentou-os. - Precisam de alguma coisa?

Bob
Localização: Khigan

Bob acenou freneticamente com a cabeça perante as suposições de Syndra até esta ter chegado à parte em que mencionou uma missão.
- Missão! ((Não!)) - Sacudiu a cabeça praticamente ao mesmo tempo que Steve. - Missão, missão, missão... ((Isto está a ser mais difícil do que pensava.)) - Desabafou para o seu companheiro.
Steve, no entanto, não baixou os braços: arrancou o cajado das mãos de Bob - tendo este feito uma careta, incomodado com tal acto - e começou a desenhar mais umas quantas obras-primas no chão: sete quadrados, uma cruz, um castelo - possivelmente a representar academia - círculos à volta dos quadrados... Bob estava a começar a ficar confuso.
Mais confuso ficou, quando Steve pegou-o pelo braço e começou a dançar com ele.
- Missão?!
Quando finalmente o largou, Bob foi recuperar o seu cajado que estava caído no chão e lançou um olhar fuzilante ao seu companheiro.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Estava confirmado. Dan não tinha mais a capacidade para continuar a ajudar os Kinkou, por muito que essa fosse a sua vontade. Teria mais tarde de ser compensado de alguma forma mas Shen colocaria outra pessoa encarregue disso, já que ele tinha assuntos mais pertinentes a tratar.
Contava então que a conversa terminasse por ali, até porque tinha ainda um barco para apanhar, mas Dan surpreendeu-o ao sugerir que desse uma palavrinha à neta, já que ela poderia ter-se apercebido de alguma coisa. Uma vez que ali estava, Shen não se importava de perder mais um minuto mas duvidava que Laila tivesse alguma informação para lhe dar, já que desconhecia que tinha de o fazer.
- Queríamos apenas perguntar-lhe se por acaso detectou algo fora do comum ultimamente. Conversas, caras desconhecidas, histórias peculiares... - disse Shen quando Laila se juntou a ele e a Dan.

DAN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Depois de ter pedido à esposa que chamasse a neta, Dan confinou-se ao silêncio. Tinha tomado aquela iniciativa sem pensar e agora não sabia se tinha feito bem ou mal. Olhou de soslaio para o Olho mas o homem não envergava qualquer expressão. Nem parecia satisfeito, nem aborrecido com a atitude de Dan. No entanto, mal Laila apareceu, o Olho fez-lhe logo as perguntas do costume, o que era bom sinal.
- Responde ao Sr. Olho que depois eu explico-te.

SYNDRA
Localização: Khingan

Perante os palpites de Syndra, as criaturas repetiram as suas palavras utilizando entoações e gestos que lhe davam a conhecer se os seus palpites estavam ou não correctos. Portanto, "portais" estava certo mas "missão" não. Voltaram aos desenhos. E dos desenhos passaram novamente à mímica.
Syndra continuava a achar aquilo confuso, principalmente depois de saber que tinham utilizado os portais fora do contexto de uma missão. Estariam eles de férias por causa do Natal? Mas o que tinha isso a ver com o facto da Soberana ter lutado com alguém? Bem, pelo menos uma coisa Syndra pensava ter percebido pelas fileiras de quadradinhos (semelhantes aos calendários) que tinham sido desenhadas. O regresso ao instituto seria só no final da semana. Agora só precisava saber (ou decidir) o que fazer até lá.
- Hum... acho que entendi. Bem, nesse caso resta-me ir para casa. É suposto vocês virem comigo?

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", Periferia da Cidade Capital

O pedido do Olho era, no mínimo, muito interessante. E misterioso. No entanto, Laila não sabia o que é que ele podia considerar peculiar. Ela ouvia tantas coisas diferentes todos os dias...
- Ahm... - gaguejou durante alguns segundos, sem saber por onde começar. - O senhor Kristoff, um cliente já habitual, tem a esposa doente. Acho que é uma doença rara por isso ela vai também receber um tratamento experimental à base da medicina aqui da ilha.
Achara aquela história super interessante. A medicina sempre fora algo que a fascinara bastante. Mas os seus avós precisavam da sua ajuda na estalagem e ela fazia tudo por eles.
- Depois ouvi o senhor Tarantino a contar que um dos seus colegas ia levar uma moça estranha na carruagem de ontem à noite para Khingan. Eles fizeram algumas apostas se ele ia chegar vivo a casa ou não, o que achei estranho. Os motoristas das carruagens já deviam estar habituados a todos os tipos de clientes, não?

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Após um momento de reflexão, Laila falou em duas situações que lhe haviam despertado a curiosidade. Uma delas tratava-se de uma mulher com uma doença rara que se ia submeter a um tratamento experimental e outra estava relacionada com uma mulher (também) de natureza estranha que tinha partido para Khingan de carruagem. Nenhuma delas era de especial interesse para Shen. A medicina ioniana era um interesse pessoal que Shen tentava guardar sempre para último lugar nas suas prioridades e mulheres estranhas haviam muitas.
- Não a todos... Há gente perigosa por aí, menina Laila.
Portanto, nada sobre a actividade de Zed, o que era positivo. Lembrou-se então de Syndra, que fora obrigada a retornar a Ionia como castigo e que poderia encaixar na descrição de uma mulher estranha, embora Shen não soubesse de que localidade ela provinha.
- Por acaso essa mulher estranha fazia-se acompanhar de alguém? De algo, digo. Não sei como lhe queiram chamar... Dois guarda-costas de baixa estatura?

DAN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Dan escutava a conversa entre o Olho e a neta com atenção extrema. Talvez tivesse ouvido alguma coisa e não se recordasse de momento mas o que Laila descreveu não lhe fazia lembrar nada. Absolutamente nada. Não só isso como as próprias "informações" não pareciam ser do tipo que interessasse ao Olho. Por um lado era bom porque o que Dan menos queria era confusões para aqueles lados, mas por outro lado tornava-se inútil aos olhos do Olho.
Baixou o olhar para as suas pernas debilitadas e passou as mãos pelas calças, uma e outra vez para activar a circulação. Na sua cabeça já formulava as frases cordiais de despedida, aguardando porém que fosse o Olho a dizer o primeiro "adeus", mas quando o ninja falou vinha com mais perguntas. E se o que Laila disse já era estranho, o que o Olho perguntou era ainda mais estranho!
- Uma mulher com dois guarda-costas? Isso não é só estranho. É muito estranho. Não sendo alguém importante, não é muito comum. E quem é importante não anda de carruagem. Que mais disse o Tarantino?

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", Periferia da Cidade Capital

- Por acaso ele referiu duas criaturas feitas de sombras. Mas eu pensei que ele estivesse a gozar! Isso existe, sequer? - perguntou Laila.
Não podia falar muito, no entanto. Há uns anos atrás houvera um surto de mortes em Ionia nos quais ninguém apanhara o assassino porque este era sempre descrito como uma sombra. Agora que pensava nisso...
- Por falar em sombras, no outro dia a senhora Jessica disse que viu o assassino da filha dela. Mas toda a gente na mesa a chamou de louca e riram-se dela. Ela saiu da estalagem um pouco transtornada, na verdade. - disse Laila.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Com uma breve troca de palavras, o mistério estava resolvido. A mulher estranha era muito provavelmente Syndra, que na companhia dos minions invocados pelo mestre Ashram não devia de ter grande margem de manobra para fazer das suas.
- Existem, mas já sei quem é essa mulher e não há razão para alarme. Por agora.
Laila voltou a ficar com um ar pensativo, apesar da Shen ter assegurado que não havia necessidade de se preocuparem. Não tardou para que Shen ficasse igualmente de sobrolho franzido, disfarçando um arrepio daqueles que não lhe percorria o corpo há muito tempo. Laila lembrara-se de algo mais que não soava nada bem.
- Isso foi há quanto tempo?
Shen não fazia ideia de quem era a senhora Jessica mas o nome não lhe era estranho. Se se referisse a quem ele julgava que se referia...
Levantou-se após obter uma resposta.
- Bem, acho que já é suficiente. Obrigada menina Laila. Vou averiguar o que me disse mas creio que não haja motivos para preocupações. Esse assassino foi detido há muitos anos e as hipóteses dele alguma vez escapar são muito reduzidas. Talvez a senhora Jessica tenha tido uma recaída.
Shen dizia o que sabia que tinha de dizer mas a dúvida já estava instalada. Agora mais que nunca mal podia esperar para chegar a casa para ser posto a par de tudo o que se passava. De forma decente e não por carta.
- Creio que ainda temos de fazer contas, Dan.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", Periferia da Cidade Capital

O ar pensativo do Olho e a pergunta seguinte fez Laila engolir em seco. Afinal, quem era este homem? O seu avô nunca entraria em contacto directo com bandidos portanto ele devia ser alguém importante. Laila sentia-se cada vez mais curiosa. Infelizmente, não se recordava de há quanto tempo aquilo acontecera. As noites normalmente misturavam-se na sua cabeça e só se lembrava de certos acontecimentos por serem muito fora do normal - como por exemplo a chegada do Olho à estalagem.
Ia responder mas entretanto este agradeceu-lhe pelas informações que ela lhe dera. Seria ela agora a sua nova mensageira? Não tinha sido difícil para descobrir que era isso que o seu avô fora para aquele homem. Laila ainda sabia somar dois mais dois.
Uma coisa ficou-lhe presa na cabeça, no entanto.
- O assassino das sombras foi detido? Afinal ele existia mesmo? Pensei que eram apenas histórias... Quer dizer, pensei que existisse mesmo um assassino mas a parte das sombras sempre me deixou confusa.
Laila estava a começar a falar demasiado. Tinha imensas perguntas mas algo lhe dizia que o Olho não lhe iria dar nenhuma resposta, para além de que provavelmente não estava a gostar da sua curiosidade.
- Peço desculpa. - acabou dizer. - É melhor ir andando.

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Depois de Shen se levantar o pequeno escritório de Dan pareceu ficar ainda mais pequeno. Agora com 3 pessoas no seu interior, bem que ficavam todos apertadinhos. O que lhes valia era que pelo menos os acertos do pagamento seriam feitos ao balcão, portanto estava na altura de saírem dali. Ou estaria se não fosse Laila voltar a falar. Esta encheu-o de perguntas mas ao dar-se conta da sua atitude desculpou-se e dirigiu-se à porta mas Shen colocou-se à sua frente barrando-lhe a passagem.
- Disse assassino das sombras?
Quando Laila mencionou um assassino, Shen pensara logo noutra pessoa dada a localização geográfica. Mas assassino das sombras só havia um. E não fazia o menor sentido Zed andar a matar por ali. Para além disso também não encaixava no perfil dele matar pessoas aleatórias, a não ser que a filha a tal senhora Jessica fosse algo mais que uma simples filha de alguém.
- Isso sim, é estranho...
Era estranho o facto de Zed ter morto alguém ali mas o facto de alguém o ter visto não era tão surpreendente. Afinal de contas o irmão tinha abandonado a missão em Niflheim para regressar a Ionia e podia perfeitamente ter passado por aquelas bandas.
- Bem, fazemos assim: estejam atentos nos próximos dias e no final da semana eu volto a entrar em contacto. Posso contar convosco? Laila?

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", Periferia da Cidade Capital

Quando Laila estava prestes a sair do escritório do avô, o Olho impediu-a. Afinal parecia que algo mais se estava a passar. A sua pergunta seguinte deixou Laila com um nó na garganta. Sim, ela ia ser a sua nova mensageira. Finalmente teria alguma acção na sua vida!
- Sim, claro que pode! - exclamou Laila, tentando inspirar-lhe confiança.

Steve
Localização: Khingan

Bob encontrava-se chateado consigo por ter usado o seu cajado e o ter atirado assim ao chão. Steve encolheu os ombros perante o olhar do seu amigo e disse:
- Missão missão missão? Missão missão! ((Que querias que fizesse? Aqui não há paus!))
Mas felizmente Syndra parecia ter entendido o que Steve lhe explicou. No entanto fez mais uma questão, o que fez com que Steve chegasse à conclusão que ela não se lembrava realmente nada de nada, nicles batatóides. Steve abanou a cabeça em concordância à sua pergunta e depois levou dois dedos à frente dos seus olhos, virando-os de seguida para Syndra com um ar ameaçador como que a dizer "estamos de olho em ti".

SHEN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Laila respondeu-lhe séria e afirmativamente. Shen trocou um olhar com Dan, que deveria certamente ter algo a dizer, mas o velho apenas concordou com um aceno de cabeça. Estando o assunto arrumado, pelo menos de momento, Shen desimpediu a passagem ao sair para a cozinha e de seguida para o balcão. Contornou-o para ficar do lado de fora e aguardou por Dan para fazer o check-out.

DAN
Localização: Estalagem "A Toca", periferia da Cidade Capital

Por um momento o ambiente ficou um pouco tenso. Laila lembrara-se de mais uma situação que considerara estranha e que até interessou ao Olho, mas de repente começou a falar muito rápido e a atrapalhar-se, o que quase a levou a sair porta fora se não tivesse sido travada pelo Olho.
Felizmente o Olho nada comentou sobre a quase falta-de-respeito ficando apenas a matutar no que lhe era realmente importante. Esse compasso de espera pareceu ser suficiente para que Laila se recompusesse pois quando por fim o Olho lhes disse como queria que procedessem, Laila respondeu com a confiança de volta à voz. E talvez um bocadinho de entusiasmo também, diria Dan.
O trabalho incumbido era, sem dúvida, para Laila mas quando o Olho encarou Dan havia no seu silêncio uma tarefa a ele destinada: orientar Laila, responsabilizar-se por ela. Dan assentiu. Tinha plena confiança na sua princesa e assim também se mantinha no activo por mais algum tempo.
Quando o Olho saiu, Dan pegou na sua bengala e levantou-se, dirigindo a palavra à neta.
- Estiveste bem, querida. Depois do almoço, quando as coisas estiverem mais calmas, se não tiveres nenhum compromisso anda ter comigo lá cima a casa. Quero explicar-te quem é este homem e como nos conhecemos. Mas agora temos de voltar ao trabalho. Deixaste o dinheiro lá no cofre do balcão, não deixaste?

...

Dan reapareceu no balcão onde o Olho o esperava.
- Ora, só um momento. - disse enquanto se dobrava para abrir o cofre escondido na lateral de uma das prateleiras por baixo do balcão e contava o dinheiro que o Olho entregara na noite anterior.
- Quase que acertava em cheio, Sr. Olho. Deu duas pratas a mais. Aqui tem, mais a bolsinha. Estas coisas fazem sempre falta.

Laila
Localização: Estalagem "A Toca", Periferia da Cidade Capital

A resposta de Laila parecia ter sido o suficiente pois o Olho estava satisfeito - mesmo que isso não fosse perceptível na sua expressão tapada pela máscara -, saindo para fora do escritório.
Antes de fazer o mesmo, o seu avô ofereceu-lhe algumas palavras. Assentiu simplesmente, sentindo-se frenética por dentro. Aquilo era uma responsabilidade a sério! Não que ajudar os seus avós na estalagem não fosse também uma, mas era diferente. Será que poderia perguntar ao seu avô quem era aquele homem e como o conhecera?
Respondendo afirmativamente à pergunta do avô, saíram os dois do escritório e Dan foi tratar do check-out do Olho. Enquanto isso, Laila foi encontrar uma estalagem um pouco mais cheia. A hora de almoço estava a chegar e a sua pobre avó estava sozinha na cozinha. Pegando no bloco de notas e na caneta, começou a rodopiar pelas mesas o mais depressa que conseguia para apontar todos os pedidos.

- TERÇA-FEIRA, HORA DO ALMOÇO -

Bob
Localização: Khingan

- Missão, missão, missão! Missão, missão, missão? ((Pelo menos podias não tê-lo mandado ao chão! Ele tem sentimentos, sim?)) - Respondeu ao mesmo tempo que abraçava o cajado nos seus braços e lhe dava umas festas no cabo. Tudo bem que o mestre Ashram lhes tinha dado poderes suficientes para poderem actuar sem as suas armas, mas seria uma tragédia se o cajado se partisse!
A voz da Syndra fê-lo dirigir o olhar na sua direcção e conseguiu eventualmente amenizar a sua ira. Era estranho que ela não se lembrasse do que tinha feito ou do que tinha dito no dia anterior, mas Bob não tencionava dar muita importância a esse factor. Talvez tivesse batido com a cabeça em algum lugar, ou assim. Limitou-se a acenar com a cabeça quando ela lhes perguntou se era suposto irem com ela e depois imitou os mesmos gestos que Steve, só porque lhe pareceu fixe.

SYNDRA
Localização: Khingan

Após uma breve troca de palavras entre as duas criaturas, em que a única palavra usada foi "missão", Syndra ficou a saber que as criaturas tinham de ficar consigo. Pior, elas tinham de a manter debaixo de olho.
Syndra deixou escapar um suspiro longo. Estava cansada, embora tivesse acordado há pouco tempo.
- Já entendi. Sigam-me, é por aqui.
Virando costas aos seus guardas, Syndra mancou pela beira da estrada até se afastar do que era considerado o centro de Khingan. Queria meter conversa e fazer mais perguntas aos seus acompanhantes mas isso iria interromper a marcha, dado que até então a única maneira de Syndra os entender fora por meio de gestos ou desenhos e isso obrigava-os a pararem. Assim, Syndra deixou-se ficar muito caladinha todo o caminho até chegarem à orla de uma floresta, onde a estrada de pedra se transformava em estrada de terra batida. Syndra parou e virou-se para os minions.
- A minha casa é ali. - disse apontando para longe, na direcção de um aglomerado de nuvens que pairavam por cima da floresta. - Querem subir já ou procuramos primeiro por qualquer coisa na floresta para comer? Já devem estar com fome, não? Eu pelo menos estou.

SHEN
Localização: Ruas, algures a sudoeste de Ionia

Dan apareceu ao balcão pouco depois e procedeu por fim ao check-out, começando por fazer a contagem do dinheiro que Shen dera a Laila na noite interior. Como costume, era dinheiro a mais e como costume também, Shen ofereceu o troco a Dan, que nunca o tomava por garantido.
- Pode ficar assim Dan. Mas aceito a bolsa, é verdade que dá jeito. Muito obrigado e não se esqueça do nosso combinado. - relembrou antes de se despedir com uma vénia e abandonar A Toca.
Da estalagem ao porto mais próximo ainda era um esticão a pé, mas o problema nem era o facto de Shen ter de caminhar muito, mas sim o tempo que isso lhe tomaria. Não existiam muitos barcos a fazer a travessia até à ilha nortenha, pois para além dos comerciantes poucas eram as pessoas que precisavam de saltitar entre a ilha e o continente. No entanto, sendo que a semana em que se encontravam era de festa, Shen esperava que excepcionalmente houvessem mais viagens e que mesmo com o dia já a meio conseguisse embarcar dentro das próximas horas.
Em todo o caso, quanto mais depressa se pusesse no porto, mais cedo chegaria a casa (com sorte talvez ao cair da noite) portanto depois de prender bem o peso que carregava às costas, para que nada lhe caísse pelo caminho, Shen rumou para oeste a passo rápido.

Steve
Localização: Khingan

Bob andava muito rabugento e sentimental com o seu bastão. Já Steve, apesar de gostar do seu machado, não lhe dava assim tanta importância. Ele tinha uma arma de guerra, e que só iria ser usada em batalha ou caso Syndra tramasse alguma.
Depois de finalmente a prisioneira entender o que se passava, começou a caminhar e pediu para os seguir. Enquanto marchavam atrás dela, Steve dizia conforme o ritmo do passo:
- Aqui! Aqui! Aqui! Aqui! Aqui!...
Quando Syndra parou e apontou para o ar, Steve encostou a cabeça para trás o máximo que conseguia e só via nuvens. Ficou confuso, ela morava nas nuvens?
- Ali ali? ((Moras nas nuvens?)) - perguntou. No entanto ela perguntou se primeiro eles queriam comer. Steve não comia, agora beber... Isso era outra conversa. - Estou, estou estou. ((Estou bem, não preciso de comer.)) - e acenou negativamente com a cabeça.

SYNDRA
Localização: Khingan

As criaturas mágicas rejeitaram a sugestão de Syndra, uma vez mais por meio de gestos. Syndra até tinha fome mas se tivesse sorte podia ser que houvesse alguma coisa em casa, já que só precisava de se alimentar a si mesma.
- Ok, nesse caso vamos para cima. Querem... segurar-se a mim? - perguntou aos minions ao mesmo tempo que se inclinava e abria os braços como se fosse abraçá-los.

SHEN
Localização: Porto de Barong

Após a longa caminhada pela floresta montanhosa que separava a capital da zona costeira, durante a qual Shen não se cruzou com ninguém pois enveredara por um caminho secundário que naquela altura do ano não era muito fácil de percorrer, o ninja chegou finalmente ao porto de Barong. Mesmo antes de atravessar a ponte que ligava o penhasco rochoso à rica baía, o ruído do porto era quase ensurdecedor para quem não estivesse habituado. Em Ionia eram poucos os locais onde o silêncio não era respeitado, mas num porto onde passavam as mais diversas pessoas vindas dos mais diversos países do mundo, a existência de tal barulho era compreensível.
Shen descreveu a ponte e embrenhou-se nas ruas estreitas e íngremes, tomando com dificuldade o seu sentido descendente para ir de encontro aos barcos atracados nas águas. Espremeu-se pelas pessoas, roçando de vez em quando a sua mochila nelas, principalmente naquelas que se mantinham paradas na rua para vender os seus produtos, ao mesmo tempo que ia rejeitando com gestos mudos aqueles que o interpelavam, insistindo sempre na sua marcha em frente.
Só quando por fim conseguiu alcançar a torre norte, uma albergaria de múltiplos andares que se enchapelavam uns nos outros e que se erguia numa das extremidades da baía, a par da sua gémea do sul, é que as ruas alargaram um pouco mais e o ar voltou a tornar-se respirável.
Shen não tinha ainda acabado de descer os últimos degraus para o estrado em madeira onde os barcos eram amarrados quando um assobio agudo captou a sua atenção. Não esperava que fosse um assobio a si dirigido, mas ao reconhecer as feições do seu autor entendeu que era. Aproximou-se.
- Vai p'ra norte? - questionou-o um dos marinheiros do barco que por coincidência o tinha transportado durante parte da sua viagem até ao Instituto de Guerra, semanas antes. - 'Tá com sorte, este é o último barco que vai p'ra lá hoje. Ninguém quer navegar à noite c'o nevoeiro que se tem levantado ultimamente. Partimos daqui a 20 minutos.
- Obrigado. - respondeu Shen subindo de seguida a rampa de acesso ao convés.

Bob
Localização: Khingan

Com um suspiro e a indicação que tinha percebido o que queriam dizer, - embora Bob ainda achasse que ela não tinha percebido nada, estava era a despachá-los - Syndra pediu-lhes que a seguissem.
- Aqui... Aqui... - Disse com menos entusiasmo do que Steve, afinal, ele tinha tratado mal o seu adorado cajado!
Quando pararam e Syndra apontou para o céu, Bob limitou-se a arquear uma sobrancelha ainda mais confuso do que antes. Ou era uma brincadeira de mau gosto ou a mulher que os invocadores lhes tinham "pedido" para observar era completamente lunática! Ora num dia estava chateada com tudo e com todos, ora noutro não se lembrava de nada. E agora... Agora estava a dizer que vivia nas nuvens!
- Ali, ali?... ((A sério?...)) - Suspirou. Nem a comida o ia comprar neste momento! Até porque nem sequer tinha fome. Limitou-se, portanto, a cruzar os braços e a abanar a cabeça negativamente.
- Mim, mim mim mim mim? Mim mim mim! ((Steve, acreditas mesmo que ela vive nas nuvens? Nem os pássaros vivem nas nuvens!))

Steve
Localização: Khingan

Bob ainda continuava chateado e não acreditava bem que Syndra morava nas nuvens. Nem Steve acreditava!
- Mim mim... ((Não sei...)) - disse Steve olhando para o céu.
Ele reparou que Syndra tinha aberto os braços como para os abraçar. Steve recuou um bocado. Mas que raio, ela agora ia-os agarrar para voar com ela? Ela estava tão estranha... No dia anterior era tão má e fez-los voar com ela a grande velocidade e agora quer-lhes dar abraços?
- Mim mim mim mim. Mim mim mim mim? ((Não percebo nada disto. Não queres voltar a usar o teu poder para voar?)) - perguntou a Bob ignorando o abraço de Syndra. Ele estava com receio do que ela lhes pudesse fazer.

SYNDRA
Localização: Khingan

Os novos companheiros de Syndra pareciam relutantes em segui-la para os céus, embora Syndra tivesse ficado com a sensação de que era essa a sua obrigação. Por um lado isso era bom porque apesar de tudo não queria nada ter alguém a vigiar todos os seus movimentos, mas por outro, para alguém que não tinha amigos, alguma companhia era bem-vinda.
- Não querem vir então? - perguntou endireitando-se. Não podia nem queria ficar à espera que as criaturas terminassem o amuo e se decidissem. A chuva caía miudinha e agora que as suas roupas (que já eram poucas) estavam um pouco molhadas, o frio estava a incomodá-la.
- Eu tenho de ir para casa. Que é lá em cima. Sei que não se vê daqui mas está lá algures. Posso ir sem vocês?

Bob
Localização: Khigan

Até o maldito destruidor de cajados concordava consigo!
Ambos sabiam que Syndra sabia voar e que facilmente os levaria onde quer que tivessem que ir, mas a forma como estava a agir deixava-os de pé atrás. Afinal, quem é que em seu pleno juízo confiaria numa pessoa que dizia que morava nas nuvens?
- Mim mim mim, mim mim mim. ((Da última vez não correu muito bem, mas também não me apetece nada depender de uma pessoa maluca para chegar onde quer que seja.)) - Suspirou, ao mesmo tempo que se focou em Syndra quando ela começou a falar pela segunda vez. - Vocês! Vocês vocês, vocês vocês. ((Nem pensar! Se é para as nuvens que vais, é para as nuvens que também vamos.)) - Mesmo que isso lhe parecesse absurdo, estava fora de questão abandoná-la.
Concentrou-se, portanto, no seu cajado, e da mesma maneira que tinha feito anteriormente, criou umas bolhas negras translucidas à sua volta e à volta de Steve. Estas impulsionaram-nos uns centímetros acima do chão.

SHEN
Localização: a bordo da Xia He, Porto de Barong

Mal Shen pôs os pés no convéns do barco, um homem magricelas e com os dentes todos tortos exigiu-lhe o pagamento da viagem. Retirando da mochila uma nova bolsa com moedas, pois a que costumava levar ao bolso ficara vazia com as despesas d'A Toca, comprou o seu transporte e dirigiu-se à zona abrigada do barco para pousar os seus pertences.
A divisória em questão não era muito grande para o número de pessoas que o barco era capaz de transportar, mas possuía diversas camas dispostas a pares na vertical, tal como as das cabanas de Niflheim, reflectindo-se num bom aproveitamento do espaço. Shen optou por um dos beliches mais escondidos e aproximou-se do mesmo, apercebendo-se só quando se encontrava mais perto deste que a cama superior estava ocupada por uma figura familiar.
- Akali?

SYNDRA
Localização: Khingan

Syndra abriu a boca de espanto quando as criaturas começaram a levitar mesmo à sua frente. Não era, porém, da mesma maneira que ela levitava, mas sim através de uma espécie de bolha negra que os envolvia. Era curioso que a bolha se parecesse muito com as suas esferas, sendo que a única diferença era que a primeira era oca e as esferas densas. Syndra sentiu naquele momento que se aquelas criaturas haviam sido contratadas por algum invocador, esse invocador deveria ter sido o mestre Ashram.
- Ah.. ok, certo. Vamos. - balbuciou.
Recuperada daquele choque, Syndra impulsionou-se do chão e cruzou o céu em linha recta até se ver envolta de nuvens. Aí parou de subir e rumou a norte, olhando ora para a sua esquerda, ora para a sua direita, em busca da sua fortaleza suspensa. Esta nunca ficava no mesmo sítio, mas também nunca se afastava muito do seu local original. No entanto, isso podia ter mudado dado que Syndra estivera muito longe de casa. Na verdade, Syndra não sabia como a Soberana conseguia manter tamanho edifício no ar mesmo quando estava "adormecida"...
- Ali!
Uma massa muito escura fez-se notar ao longe e Syndra aumentou a velocidade, momentaneamente esquecida que os pequenos minions a seguiam. Quando por fim "aterrou" aguardou por eles no jardim.
- Vou comer qualquer coisa e depois mostro-vos a casa. Até lá podem vir comigo até à cozinha, que acham? - perguntou quando se juntaram os 3 do novo.

Steve
Localização: Khingan

- Vocês! ((Nem pensar!)) - disse Steve ao mesmo tempo que Bob quando Syndra sugeriu em ir sozinha. Ela nunca poderia ficar sozinha! Tinham ordens específicas do mestre para nunca a abandonar!
Bob conseguiu fazer (desta vez bem) a magia que os fez levitar. Quando Syndra subiu para cima, os minions acompanharam-a envoltos nas bolhas e passaram para lá das nuvens. Steve estava maravilhado em estar a voar tão alto!
O que o surpreendeu mais foi quando viu realmente um bocado de terra a levitar no ar com uma casa em cima. Ele arregalou os olhos, cruzou o olhar com Bob e seguiram a prisioneira até aquele pedaço de terra estranho que estava a bastantes metros do chão.
- Ali ali? ((Como é possível?))
Uma vez em "terra" Syndra disse que ia comer qualquer coisa e que depois até lhes mostraria a casa. Steve fez sinal com a cabeça para que ela lhes indicasse o caminho.

Bob
Localização: Khingan

Satisfeito por ter executado aquele feitiço à primeira tentativa, Bob encheu o peito cheio de orgulho e começou a movimentar-se na mesma direcção que Syndra.
Não foi que, para sua surpresa (e também a de Steve), havia de facto um edificio no céu!
- Aliiii?!
Não fazia ideia de como aquilo tinha ido ali parar, mas considerando que haviam imensas partes de Runeterra cheias de magia que agiam de formas inexplicáveis, era seguro assumir que esta seria uma delas.
Assim que pousaram em solo firme (felizmente era mesmo firme!), Bob desfez a sua magia, olhou para Syndra e acenou-lhe com a cabeça. Não era que estivesse muito interessado em comer, mas já que ia passar uma semana inteira naquele estranho local, que lhe conhecesse os quatro cantos.
- Ali, ali... ((Nunca pensei...)) - Comentou para Steve.

SYNDRA
Localização: Celestial Fortress, Khingan

Syndra ficou satisfeita por as criaturas finalmente terem aceite uma das suas sugestões. Seguiu então à frente para mostrar o caminho e dirigindo-se ao interior do templo para comer qualquer coisa.
Chegada à cozinha, vasculhou nos armários por algo "trincável" mas pouco encontrou. Tudo aquilo que se estragava com facilidade levara consigo na sacola para comer na viagem de ida para a academia e de resto também pouco tinha, já que para obter esse tipo de bens tinha de os... pedir emprestados.
- Hum... arroz e... ah mas não tenho água. - ia dizendo enquanto pensava alto. - Só se for isto...
Syndra tirou um embrulho de pano, pousou-o na mesa e desembrulhou-o revelando o que protegia: castanhas. Depois pegou numa faca, para melhor conseguir descascar o fruto, e sentou-se à mesa, pronta para saciar um pouquinho a sua fome.
- Esta é a minha cozinha. Sei que não tenho quase nada mas agora que recebo algum dinheiro da academia as coisas vão melhorar, espero. De tarde temos de ir colher água, não nos podemos esquecer.

SHEN
Localização: a bordo da Xia He, Porto de Barong

- Shen?!?
Ambos os ninjas estavam surpreendidos por se encontrarem em tão inesperadas circunstâncias, mas para tudo havia uma explicação. Akali justificou-se primeiro, dizendo que tinha visitado uma curandeira sua conhecida para ficar com a saúde a 100% e que só agora pudera regressar, enquanto que Shen contou em poucas palavras o porquê da academia ter encerrado por uns dias, obrigando-o a voltar a casa.
Seguiu-se uma breve conversa em que maioritariamente Shen satisfez a curiosidade de Akali sobre o que acontecera no Instituto e depois cada um fez o que tencionava assim que o barco iniciou o seu rumo: Akali aproveitou para descansar e Shen para almoçar a sandes que a menina Laila lhe preparara de manhã.

Steve
Localização: Celestial Fortress, Khingan

Enquanto Syndra se sentava à mesa e comia umas coisas pequenas que ia descascando, Steve ia observando aquela cozinha. Ele nunca tinha estado em nenhuma cozinha aliás. Os minions não precisavam de comer ou beber por necessidade, só que quisessem experimentar, e Steve era mais de bebidas. Ele adorava beber! E foi a primeira coisa que ele andou à procura naquela cozinha: algo com álcool.
Ele andava devagar ao longo da cozinha observando o que ali existia, o que não era muito. Abriu um dos armários e viu várias garrafas, mas estava todas vazias. Havia uma que tinha um restinho no fundo, e sem pensar duas vezes, Steve abriu a garrafa e bebeu o seu conteúdo. No entanto, mal um líquido grosso lhe tocou na garganta, ele cuspiu-o. Aquilo era azeite!
- Esquecer! ((Que horror!)) - disse enquanto atirou a garrafa para dentro do armário de qualquer maneira, fazendo com que todas as outras caíssem umas atrás das outras como peças de dominó.

Bob
Localização: Celestial Fortress, Khingan

Assim que chegaram à dita divisão, Syndra avançou até aos armários e começou a remexer em algumas prateleiras e gavetas, como se estivesse à procura de algo.
Bob aproveitou a ocasião para avançar até a uma das cadeiras e sentou-se enquanto observava a jovem intrigado. O que é que ela esperava achar numa cozinha que aparentava estar abandonada? Comida em bom estado? Quase que lhe parecia uma anedota, não fosse ter visto há segundos atrás um edifício a levitar.
Quando ela se aproximou da mesa e desenrolou de um pano umas coisas arredondadas e castanhas para comer, Bob esticou o pescoço para examinar o que eram. Nunca tinha visto uma coisa assim, muito menos provara. Será que era bom?
A conversa sobre a água roubou-lhe a atenção daquelas coisas por dois segundos, mas apenas por dois segundos, pois nesse mesmo preciso momento, um ruído incriminante soou do outro lado da cozinha.
Assustado, Bob pôs-se em cima da cadeira e olhou na direcção do ruído, para encontrar Steve numa situação constrangedora.
- Esquecer, esquecer? ((O que estás a fazer?))

SYNDRA
Localização: Celestial Fortress, Khingan

Enquanto Syndra comia as suas castanhas, uma das criaturas decidiu inspeccionar a cozinha. Syndra não se importou, pois não havia nada de especial naquela divisão, mas mesmo assim o minion conseguiu fazer asneiras.
Ao ver as garrafas todas a cair (por sorte nenhuma partiu pois o vidro delas era grosso e resistente), Syndra largou a tarefa que tinha em mãos e levantou-se rápido para colocar as garrafas direitas. Aquilo era para devolver para reencher! De outra forma os bens alimentares eram-lhe ainda mais caros!
- Uff! Não partiu nada. - exclamou com alívio. - O que estavas à procura? Tens sede?
Syndra olhou depois para a outra criatura e reparou na maneira como ela parecia extremamente interessada nas suas castanhas. Apesar de lhe terem dito que não queriam nada, os seus novos companheiros deviam estar famintos!
- Bem, temos mesmo de arranjar provisões para esta semana. Hum...
Syndra ficou pensativa durante uns momentos, fazendo uma lista mental de tudo o que precisava arranjar para se manter a si e aos seus convidados confortáveis e satisfeitos, e depois avançou com rapidez para a porta da cozinha.
Quando regressou vinha carregada uma série de mochilas, cântaros e cestos de vime. Pousou tudo no chão, perto da cadeira onde estivera sentada, e separou as mochilas para um lado, cântaros para outro e cestos para outro.
- Cada um de nós vai ficar encarregue de arranjar um tipo de provisão: comida, bebida, calor. É o que precisamos mais urgentemente. - Respirou fundo. Tinha vergonha do que ia dizer a seguir. - Como sabem, o cocheiro ficou com o meu dinheiro todo, portanto não posso pagar nada. Estão a perceber a situação em que nos encontramos? Temos de apelar às pessoas que nos ofereçam as provisões ou então... - Mais um respirar profundo. - ..."pedimos emprestado" sem que ninguém nos apanhe. Estão a compreender?

SHEN
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Mesmo fria, a sandes estava deliciosa. Shen amarrotou o invólucro que a protegera durante a viagem e enfiou-o dentro da mochila, fechando-a de seguida. Estendeu-se no beliche, que não era comprido o suficiente para que pudesse ficar completamente esticado, e fitou a estrutura que segurava a cama superior de braços cruzados sobre o peito. Pela maneira como abanava, Akali não estava a ter o descanso que desejava.
De facto o barulho intensificara-se assim que o barco arrancara e vários outros viajantes se juntaram a Shen e Akali na sala das camaratas, mas Shen sabia que não era um pouco de barulho que tiraria o sono ao Punho das Sombras.
A certa altura, uns fios de cabelo surgiram do seu lado direito, junto ao o "tecto" da cama, seguidos de mais cabelo e por fim pela cabeça de Akali.
- Sim, estou acordado. - disse Shen após uns momentos de silêncio em que Akali nada disse.
- Eu sei.
- ...e vou continuar acordado. Podes dormir descansada.
- Eu sei, mas o cheiro da tua comida abriu-me o apetite. Tens mais?
- Não, era só aquilo.
Akali voltou a recolher-se para a sua cama e sossegou, embora não por muito tempo pois não tardou a descer definitivamente do beliche. Informando que iria sondar se havia algum vendedor a bordo, Akali afastou-se deixando Shen sozinho com os seus pensamentos.

Steve
Localização: Celestial Fortress, Khingan

- Sede sede! ((Quero vinho!)) - respondeu a resmugar Steve tanto para Syndra como para Bob.
Esta no entanto afastou-se e foi buscar mochilas, cântaros e cestos. Começou a dar ordens aos minions para ir buscar provisões. Steve arqueou a sobrancelha, ela estava à espera que eles fossem escravos dela? Ele sobreviveria bem sem comer, mas agora beber... Alguma sede formava-se na sua garganta, ele dava tudo por um bocado de álcool.
O mais estranho foi o que Syndra disse a seguir, que fez com que Steve se esquecesse da sede por instantes. Ela estava a propor que eles fossem roubar os mantimentos! Steve virou-se para Bob:
- Compreender compreender! Compreender compreender compreender compreender... ((Ela não pode roubar! O mestre iria dar-nos nas orelhas se a deixássemos fazer tal atrocidade...))

Bob
Localização: Celestial Fortress, Khingan

Aparentemente Steve estava com desejos por vinho. Mas que raio de desejos! Já Syndra queria arranjar provisões para o resto da semana o que seria algo completamente natural de se fazer, não fosse ela ter sugerido que as "pedissem emprestadas" a outras pessoas.
Bob desceu então da cadeira, caminhou até Steve com o robe a arrastar pelo chão e fitou-o por alguns segundos até começar a falar:
- Compreender? Compreender, compreender, compreender?((Vinho?! Não estarás a exigir demais de uma pessoa que não tem nada?)) - Perguntou ao mesmo tempo que apontava para os armários vazios. - Compreender, compreender, compreender, compreender!! Compreender, compreender compreender.((Mesmo se quiséssemos, provavelmente íamos ter que beber água da chuva!! Por isso não me admiro que queira roubar.)) - Olhou depois para a mulher de roxo e preto. - Compreender, compreender, compreender, compreender, compreender! ((Tudo bem, não devemos deixá-la roubar mas também não a podemos deixar morrer à fome!))

SYNDRA
Localização: Celestial Fortress, Khingan

Perante a mais recente sugestão de Syndra, as duas criaturas iniciaram uma conversa entre elas. Syndra não sabia como é que se entendiam se só diziam uma palavra mas se calhar, como todas as outras coisas que eles aparentemente conseguiam fazer, devia ser por magia. Uma magia que infelizmente não estava ao seu alcance, pois não fazia a mínima ideia do que os seus guardas estavam a discutir.
Pelos tons de voz, Syndra podia deduzir que estavam a ter alguma relutância em aceitar o que tinha sido proposto. Mas o quê ao certo é que eles não queriam fazer?
- Passa-se algo de errado? Se não quiserem fazer isto, eu faço tudo sozinha. Mas pensei que tinham de me acompanhar sempre e seria mais rápido se me ajudassem.... - Ou estariam eles a discutir por não poderem pagar pelas coisas? - Há muita gente que nos pode ajudar a troco de nada e outras coisas conseguimos retirar da natureza. Podemos não conseguir arranjar tudo, mas pode ser que dê para desenrascar pelo menos...


Última edição por Sanguinia em Seg Out 15, 2018 9:38 pm, editado 1 vez(es)
Sanguinia
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Ionia      Empty Re: Ionia

Qui Out 11, 2018 3:27 pm
SHEN
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Preso ao convés daquele barco e sem muito poder fazer para passar o tempo, Shen estava com a sensação de que haviam passado horas desde que Akali se tinha ausentado para petiscar alguma coisa.
Uma parte de si dizia-lhe que o melhor era aproveitar para recuperar um pouco mais do sono perdido nos últimos dias, mas a outra parte recusava-se a fazer tal coisa antes de chegar a casa.
Mantendo a sua posição imóvel na cama, Shen fez um esforço por pensar em coisas interessantes para que o cansaço não levasse a melhor. O seu pensamento recaiu logo em Zed. Não era bem o tipo de coisa que considerasse "interessante", mas agora que a cada minuto que passava se aproximava mais da ilha, não conseguia pensar noutro assunto.
Zed não completara a missão em Niflheim, tendo (ao que tudo indicava) regressado a Ionia no dia após o ataque dos Iceborns, e com Zed nada era por acaso. Como já demonstrara antes, o irmão não olharia a meios para obter mais poder. Tais criaturas - ou criaturas semelhantes, se existissem, se as encontrasse - poderiam ser uma mais valia no seu exército.
Um exército de sombras e gelo.

Steve
Localização: Celestial Fortress, Khingan

Claro que não podiam morrer à fome, mas não podiam roubar! Os mestres tinham dito que tinham que impedir a prisioneira de criar confusões e roubar parecia uma boa maneira de as criar. Syndra acabou por os interromper dizendo que haviam pessoas que a podiam ajudar e outras coisas podiam ser retiradas da natureza.
- Menos menos ((Vamos embora então.)) - e pegou numa das cestas levando-a de rojo pelo chão. Depois disse para Bob, uma vez que Syndra não iria compreende-lo com certeza - Menos menos menos menos! Menos menos menos menos menos. ((Mas se ela roubar temos que a impedir! Vamos ver se apanhamos algo na natureza primeiro e depois logo se vê.))
Infelizmente não havia vinho na natureza...

Clarisse
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Ionia e as suas regras estúpidas acerca do equilíbrio e da paz! Desde quando é que a prostituição iria destabilizar esses dois conceitos?
Apesar de ter nascido num meio pobre, Clarisse era inteligente. O seu trabalho dera-lhe muito em que pensar pois não passava só por foder homens às escondidas. Muitas vezes, eles contavam-lhe coisas. E a maior parte deles olhava para ela com um misto de culpa e ansiedade que sempre a interessara.
Ser uma prostituta em Ionia era capaz de ser das coisas mais complicadas de sempre. Visto que era algo proibido, as mulheres que caíam nessas garras tinham que trabalhar dissimuladamente e acabavam mesmo por aprender algumas artes assassinas para se manterem vivas. No fim, a paz não significava nada quando tudo o que elas queriam era sobreviver a mais um dia.
Clarisse quase fora descoberta em Barong portanto arranjara rapidamente uma maneira de se escapulir dali. Com algum do dinheiro que fizera, pagara uma passagem para um destino qualquer e agora encontrava-se no meio do mar, aborrecida de morte. E a tentar não vomitar.
Foi então que viu uma mulher a passar por si. Esta tinha um aspecto incomum, apesar de todas as artes marciais apreendidas pelos jovens de Ionia. A sua máscara verde queria dizer muito mais do que isso. Tomando atenção ao sítio de onde ela viera, depois de a perder de vista, enfiou-se pelo caminho que tinha à sua frente. Foi parar à zona das camas, onde os mais ricos costumavam descansar durante aquelas viagens atribuladas. O espaço estava escurecido mas existiam algumas velas distribuídas pela divisão - se é que podia chamar-se de tal coisa.
Parada à porta, sentia o vento marítimo a bater nas suas costas, a fustigar o seu cabelo longo e branco. Clarisse não era velha. Nascera mesmo assim e tinha sido imediatamente considerada um mau presságio para a sua família, que a acabara por abandonar. Apesar de tudo, ela não escondia o seu cabelo. E era isso que normalmente chamava a atenção dos homens daquela ilha.
Clarisse enrolou-se melhor no seu casaco fino e tossiu dissimuladamente. Talvez assim chamasse a atenção de alguém. Deu mais alguns passos até que se encontrou no centro das camas espalhadas, passando os olhos por todas as figuras que se encontravam deitadas.
- Estou tão cansada... - murmurou, alto o suficiente para que os presentes a ouvissem. - Se eu tivesse dinheiro para uma cama destas...

Bob
Localização: Celestial Fortress Khigan

Syndra, que entretanto se apercebera que a conversa era sobre ela e sobre as ideias que tinha sugerido, rapidamente voltou atrás na sua palavra, dizendo que podia fazer tudo sozinha.
Bob sacudiu a cabeça. Por muito que a preguiça lhe tocasse não ia deixar que a prisioneira se metesse em novas situações constrangedoras. Até porque se isso acontecesse quem iria levar na cabeça dos invocadores depois seriam eles.

O seu colega Steve, não hesitou muito mais. Pegou numa das cestas e sugeriu que começassem por apanhar algo do meio ambiente, o que não era de todo uma má ideia.
- Menos, menos. ((Vamos lá então.)) - Disse ao mesmo tempo que pegava numa cesta e depois acenava para Syndra os seguir. - Menos, menos, menos! Menos, menos menos. ((Vamos começar pelas árvores e arbustos! Depois vamos buscar água.))

- TERÇA-FEIRA - TARDE - 

SYNDRA
Localização: Celestial Fortress / Floresta, Khingan

Dentro das suas suposições Syndra lá acertou em alguma coisa, pois as duas criaturas pouco mais discutiram entre si e avançaram para as cestas, tomando uma cada. Eram bastante rápidas quando decididas em alguma coisa, pois mal pegaram nas cestas saíram da cozinha fazendo sinal a Syndra para que as seguisse. Syndra assim o fez, levando consigo os restantes recipientes, e quando chegaram à orla do seu terreno flutuante os 3 levitaram de encontro ao solo.
Curiosamente, os seus guardas é que se mantiveram na frente, indicando o caminho. Dirigiram-se primeiramente à floresta mais próxima, não muito longe de onde haviam estado anteriormente antes de irem para a Fortaleza Celestial, e logo se dedicaram afincadamente à procura de comida.
- Aqui não vão encontrar grande coisa. Venham por aqui. - chamou Syndra, que já sabia bem em que locais da floresta cresciam as coisas que necessitava.
O problema de andarem à procura era o tempo. Ambos os tempos. Não só não convinha passarem a tarde toda naquilo, como o céu tinha ficado ainda mais encoberto e parecia que não tardaria em chover valentemente. Syndra conduziu os minions até uma zona da floresta com menos árvores, pois estas davam lugar a uma pequena lagoa, e apontou para uns arbustos.
- Estas bagas aqui são boas. E além... - apontou para as árvores do outro lado da lagoa - tem cogumelos junto aos troncos. Podem ver se há paus e folhas secas no chão mas é pouco provável porque esta zona é húmida e tem poucas árvores. E aqui é basicamente o que conseguiremos arranjar. Depois ainda podemos ir buscar água e pinhas, mas ficam em 2 locais diferentes. De certeza que não nos podemos separar? Acho que vem aí mau tempo. - perguntou ao mesmo tempo que começava a colher bagas para um dos cestos.


SHEN
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

A possibilidade de Zed formar um exército tão maligno não era um pensamento fácil de digerir. Shen tinha de travar o irmão de alguma forma mas desde que tivera a última visão em Niflheim, tinha as suas dúvidas se seria esse o melhor caminho a seguir. Ou será que deveria ignorar o que experenciara? Afinal de contas... uma visão poderia não passar só disso.
O barulho de alguém a tossir não muito longe acordou Shen dos seus pensamentos. Julgando que seria Akali de regresso, rodou sobre si para encarar o corredor que se formava por entre os vários beliches, mas em vez do Punho das Sombras deparou-se com uma jovem de cabelos brancos e mal agasalhada queixando-se do seu cansaço. Tinha ar de quem se tinha enganado na embarcação.
- Para onde se dirige? - perguntou em tom neutro.

Clarisse
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Não foi preciso esperar muito tempo até uma das figuras deitadas se dirigir a si. Quando o observou, Clarisse quase que sorriu. O homem tinha uma máscara do mesmo género que a mulher que vira a sair. E Clarisse tinha a certeza absoluta que eles seriam gente importante. E gente importante tinha dinheiro. E talvez um sítio para ela ficar.
- Para onde o destino me levar. - respondeu Clarisse. - Sou uma nómada. Vivo das oferendas dos demais e, até agora, tenho tido muita sorte com este bom povo de Ionia.
Bom povo, pffff. Se soubessem o que ela era, provavelmente era executada imediatamente. Felizmente sabia sempre escapar quando estava quase no limite das ilusões que criava à sua volta.
- O senhor é de cá? - perguntou.

Jun
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Ninguém se interessava mais pela arte do Pei Qy e isso deixava Jun desiludido. Tentou recrutar jovens na capital e possivelmente arranjar um sucessor da sua arte, mas infelizmente não havia ninguém interessado. Jun estava velho, já perdera a conta das primaveras que já lhe passaram e não tardaria chegaria a sua vez de partir e pelo jeito levaria consigo a arte do Pei Qy.
Depois da sua falhada busca, estava na hora de regressar a casa e traçar um novo plano.
Jun encontrava-se naquele momento deitado no seu beliche a bordo da Xia He. Não dormia, mas refletia sobre a vida e o Qy.
Os seus pensamentos foram interrompidos por alguém a queixar-se do cansaço pelo meio de alguma tosse. Tosse não era bom, destabilizava o Qy.
Jun levantou-se, deixando cair os seus longos cabelos lisos e brancos atrás das costas. Com uma mão agarrou numa manta e com a outra enrolou o seu longo bigode nos dedos, um velho hábito seu. Aproximou-se da jovem e entregou-lhe a manta:
- Agasalhe-se.
Observou por momentos um outro homem que por ali se encontrava. Um jovem ninja, parecia-lhe. Estaria ele interessado em aprender a arte do Pei Qy? Questionou-se.

Steve
Localização: floresta Khingan

Finalmente desceram daquele pedaço de terra flutuante para procurar mantimentos. Syndra mostrou-lhes alguns sítios onde podiam apanhar algumas bagas e cogumelos, mas mesmo assim ainda faltavam bastantes coisas e aproximava-se uma tempestade.
Syndra propôs novamente a ideia de se separarem. A única coisa que poderiam fazer era se um deles fosse com Syndra e o outro ficava ali sozinho. Agora deixar a prisioneira sozinha, NUNCA!
- Tempo, tempo tempo tempo tempo tempo tempo? ((Bob, que achas de um de nós ir com ela buscar o resto e o outro fica aqui?)) - perguntou Steve enquanto começava a apanhar alguns cogumelos.

SHEN
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Uma nómada que vivia das oferendas dos demais era uma maneira subtil de se dizer as coisas. Desde a invasão de Noxus que o povo ioniano se tinha tornado mais desconfiado e menos receptível a ajudar o próximo, especialmente se fosse um desconhecido. Para além disso, seria difícil manter a aparência em tão bom estado só com ofertas. Com uma resposta daquelas, só se deixava enganar quem quisesse.
A jovem devia julgar, no entanto, que estava a ser bastante convincente, pois em vez de optar por manter a discrição, envolveu-se mais questionando o ninja sobre a sua naturalidade.
Durante o desenrolar daquela breve troca de palavras, um sujeito que aparentava ter uma idade avançada despertou do seu descanso (provavelmente pelo mesmo motivo de Shen) e levantou-se da cama para oferecer um cobertor à jovem mulher.
- Aconselho-a a regressar. Onde nos dirigimos as pessoas não são tão generosas quanto este cavalheiro. - disse por fim, não respondendo propositadamente à questão que lhe fora colocada anteriormente.

Bob
Localização: Floresta Khigan

A viagem até ao chão foi bem mais tranquila do que as primeiras vezes que se tinham aventurado pelo céu.
Já com os pés bem assentes no chão, começaram a sua procura incessante por mantimentos que lhes durassem para o resto da semana.
O primeiro passo era encontrar alguma árvore ou arbusto que não tivesse sido afectado pelo inverno rigoroso de Runeterra, mas que ainda tivesse algum fruto que pudessem saborear sem o risco de ficarem com dores de barriga. Bob bem se aproximou de algumas árvores para as investigar, mas acabou por não achar nada com as suas especificações.

Foi então que Syndra veio ao seu socorro e os guiou até a um local perto de uma lagoa. Bob parou para contemplar aquele local enquanto Syndra lhes dizia onde achar o quê, mas mais importante que isso, que se não dividissem as tarefas que não iriam terminar a tempo.
Por muito que lhe custasse tinha que admitir que ela estava certa. Para mais, com o tempo a meter-se tão feio, não tarda ficariam ensopados d'água.

Steve foi o primeiro a falar. Bob escutou-o até ao fim, e adoptou uma expressão apreensiva enquanto olhava para o horizonte.
- Tempo... tempo tempo. Tempo tempo tempo, tempo tempo tempo. Tempo tempo tempo, tempo tempo tempo. ((Bem... Eu não sei. Os invocadores foram muito claros quando disseram que devíamos observá-la juntos. Se bem que não me importava nada de ficar aqui a relaxar durante os tempos.))

Clarisse
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

O gesto que Clarisse estava à espera proveio de um senhor idoso que estava deitado numa das camas. Este estendeu-lhe uma manta e literalmente mandou-a agasalhar-se. Clarisse não tinha frio, aquela tosse fora toda fingida. As suas roupas interiores eram de boa qualidade e quentes. No entanto, não ia recusar.
- Obrigado. - disse, enquanto se embrulhava na manta.
Quanto ao homem da máscara, este não lhe respondeu directamente à pergunta que ela lhe tinha feito. Em vez disso, pareceu-lhe que aquilo era uma ameaça. Saberia ele da sua natureza?
- Não posso voltar para trás, isso seria contra-produtivo. O meu objectivo é conhecer o máximo número de cidades e terras que conseguir antes de chegar a minha hora. Sei que sou jovem mas também ainda tenho muito terreno por cobrir. - disse Clarisse enquanto puxava o seu cabelo branco para fora da manta que lhe fora oferecida.
- Tem mais algum conselho para me dar? - perguntou.

SYNDRA
Localização: Floresta, Khingan

Os seus novos companheiros voltaram a comunicar um com o outro na sua maneira tão característica, como se precisassem de se consultar sempre antes de tomarem qualquer decisão. Essa particularidade começava a deixar Syndra impaciente, pois enquanto eles discutiam, o tempo passava. E pela maneira como o seu cabelo fustigava com o vento, não devia faltar muito para a tempestade rebentar.
Acabou de encher o cesto com as bagas e dirigiu-se às árvores, onde as criaturas se encontravam a apanhar cogumelos. Agachou-se para os ajudar a apanhar o que restava e apressou-os a darem-lhe uma resposta.
- Então, como fazemos? Alguém vai buscar água e outro de nós as pinhas?

SHEN
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Shen já estava um pouco à espera que o seu conselho não fosse levado a sério. Para alguém que não conhecia aquela parte da ilha era normal que achasse as suas palavras um exagero. A jovem insistiu na sua história dizendo que queria conhecer o máximo de terras que conseguisse antes de morrer, daí estar a tomar aquele caminho, e que voltar para trás iria contra o seu objectivo. Estaria a fugir?
- Esse é o melhor conselho que lhe posso dar. Mas se escolher ignorá-lo, então desejo-lhe boa sorte na sua jornada.

Clarisse
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

O homem da máscara estava a teimar no seu conselho para que ela voltasse para trás. Esperava, no entanto, que ele estivesse a exagerar. Se estivesse a falar a sério, provavelmente teria de mudar de aparência e voltar para a ilha, para que não fosse reconhecida. Mas Clarisse gostava demasiado de si mesma para considerar sequer essa hipótese assim tão cedo.
- Obrigado. - fez uma pequena pausa. - E igualmente.
Esperava que aquelas duas últimas palavras revelassem algum tipo de emoção por parte do homem mascarado. Talvez revelassem se ele também não estava apenas de visita ou se realmente tinha um sítio fixo no destino daquela tripulação.

Jun
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

A jovem aceitou a sua manta, embrulhando-se nela. Jun esperava que assim ela não piorasse da tosse não incomodando o seu Qy interior. Jun notou alguma tensão entre a jovem e o ninja, onde a jovem tinha referido que pretendia conhecer todos os sítios enquanto podia. Que piada... Jun era velho, não tardaria a partir e não conheceu nem metade de Ionia, mas isso não o entristecia. Tinha conhecido toda a sua mente e o seu espírito graças ao Pei Qy e isso era o melhor que todas as viagens que podia fazer. Todas as viagens que fez foi por obrigação, pois não havia nada melhor do que meditar no seu pequeno templo. Na sua arte de Pei Qy, conhecer-se a si mesmo era o primeiro passo para atingir a felicidade e garantir o equilíbrio do Qy.
- As melhores viagens que se podem fazer é a viagem por nós mesmos. Nada melhor que conhecer a nossa própria mente para atingir a verdadeira felicidade e sabedoria. - disse para o ar. Se algum deles tivesse interessado nesse seu pequeno conselho, Jun teria todo o gosto em espalhar a palavra de Pei de modo a garantir um melhor Qy no mundo.

SHEN
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Perante a retribuição dos votos de sorte por parte da jovem de cabelos brancos, Shen apenas agradeceu com um breve inclinar de cabeça. Toda a sorte era bem-vinda naquele momento, embora talvez a jovem precisasse mais dela do que Shen.
Já o velho que tinha oferecido a sua manta, e de certa forma se incluído na conversa, fez um comentário filosófico sobre a descoberta de nós mesmos.
- Uma viagem mais difícil que esta, certamente. E mais longa.
O barco começara entretanto a baloiçar de forma ameaçadora. Shen não gostava nada de viajar com o mar tão revolto. Ficava sempre com um mau estar que só desaparecia depois de uma boa noite de sono. Se pelo menos conseguisse criar os mesmos portais que os invocadores escusava de perder tanto tempo com viagens, mas infelizmente, pelo que Miss Vessaria dissera, era algo que dificilmente estaria ao seu alcance.
- Vem aí tempestade. - Akali tinha regressado. Pelo cabelo e roupas molhadas, deveria ter estado no convés do barco. Ainda há tão pouco tempo tinha recuperado de uma doença e já se estava a habilitar a apanhar outra.
O Punho das Sombras puxou do cobertor que cobria a sua cama, embrulhou-se nele e sentou-se aos pés da cama de Shen, encarando por fim as duas figuras que ali se tinham agrupado. Felizmente, guardou as perguntas para si.
- Sempre encontraste alguém a vender comida? - questionou Shen.
- Sim, pães com chouriço, bolos de coco e alguns grelhados. Mas agora com este tempo não iam grelhar mais. Trouxe algumas coisas comigo.
Akali desatou um pano que prendera à cintura e desembrulhou-o, destapando o que pareciam ser os tais bolos de coco. Shen recusou com um gesto silencioso, em grande parte porque já não se sentia em condições de ingerir algo que talvez fosse percorrer mais que um sentido do seu sistema digestivo, portanto Akali acabou por estender o embrulho à jovem e ao velho que ali estavam de pé.

Clarisse
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

O velhote que tinha oferecido a manta a Clarisse disse algo que ela acabou por ignorar totalmente. Todas aquelas conversas acerca de energia, reconhecimento do Eu, sabedoria do nosso interior - Clarisse detestava-as a todas. A partir do momento em que qualquer um deles soubesse a sua profissão, nenhum deles iria mostrar misericórdia por ela ser mais ou menos sabedora de si mesma. E nenhum deles iria pensar nela como outro ser humano. As regras eram bastante claras. Paz acima de tudo. E as prostitutas deflagravam o caos na mente dos homens mais sábios.
Enrolada na manta, Clarisse conteve um esgar de sarcasmo. Acabou por soprar de maneira a afastar um cabelo branco teimoso que se estava a colocar à frente dos seus olhos. Quando finalmente o conseguiu afastar apenas com a sua respiração e sem colocar os braços de fora, a mulher ninja regressou.
Esta vinha toda molhada e com um cheiro a comida que estava a abrir o apetite a Clarisse. Era a primeira vez que viajava naqueles mares e não pensara que a viagem fosse demorar tanto tempo; as suas provisões entretanto já tinham acabado.
Contra tudo aquilo que estava à espera, a mulher estendeu-lhe o embrulho que trouxera consigo. Um pouco a medo, Clarisse deixou então os seus braços pálidos surgirem para fora da manta e agarrou num bolo de coco, levando-o à boca.
- Obrigado, é muito gentil da sua parte.
Comeu o bolo de coco o mais devagar e educadamente que conseguiu. No entanto, por baixo daquela manta, o seu estômago estava a contorcer-se e a pedir por mais.

Bob
Localização: Khingan

Pinhas? Água? O que era mesmo bom era ficar ali a desfrutar
da vida junto aos cogumelos (e de tudo o resto)!
Suspirou.
- Pinhas pinhas pinhas. ((Vamos os três.)) - Disse ao mesmo
tempo que com o seu pequeno indicador apontava para Syndra,
Steve e para o seu próprio corpo, simulando depois um copo
d'água que acabou por "beber".

SYNDRA
Localização: Floresta, Khingan

- Pronto, ok... - disse ao mesmo tempo que deixava escapar um suspiro de aborrecimento. As criaturas continuavam a insistir que deveriam fazer tudo em conjunto mas dessa forma não iria dar para reunirem todas as provisões que necessitava para aquele dia. Eventualmente iriam precisar de mais coisas mas se nem o essencial conseguiam arranjar, obter qualquer outro bem iria ser uma missão impossível.
- Nesse caso acho que depois de colhermos água é melhor regressarmos. Combatemos o frio com cobertores.
Depois de Syndra e os minions "limparem" o solo, pegaram nas cestas e rumaram a outro local. Syndra pouco falou, pois tinha toda a atenção focada no caminho para não se perder, e assim que chegaram à fonte natural de água tratou logo de encher os cântaros que transportara até lá com o auxílio do seu poder. Às vezes era-lhe simplesmente inevitável recorrer ao que a Soberana lhe dera.
Água era a coisa que mais precisavam. Serviria para cozinhar, para se lavarem e para limpar, pois devido à ausência de gente, a fortaleza acumulara muita sujidade. Essa última parte, porém, poderia ficar para uma altura em que houvesse água com fartura. A que Syndra iria levar hoje seria para desenrascar até poder regressar novamente à fonte.
- Bem, vamos embora. O céu já está mais preto que sei-lá-o-quê.
Com um impulso de pernas Syndra afastou-se da terra, levando consigo os cântaros e as cestas, e chamou uma vez mais os seus guardas, precisamente quando a chuva começou a cair com mais intensidade.
- Venham! Rápido!

Steve
Localização: Floresta, Khingan

Iriam ficar juntos afinal de contas. Os três apanharam o máximo de mantimentos possíveis naquele local, depois avançaram para a água e no fim de terem alguns cântaros cheios decidiram regressar, uma vez que a tempestade iria começar a qualquer momento.
Mal começou a cair os primeiros pingos, Syndra levitou-se a si e os cântaros e começou a ganhar velocidade. Steve ainda tinha nos seus pequenos braços o seu machado e a cesta cheia de cogumelos e bagas e ainda tentava correr com as suas minúsculas pernas. Nisto começou a chover torrencialmente.
- Rápido! Rápido! ((Calma! Calma!))
Outra correria não! Da primeira vez Bob cairá com a cara no chão e Syndra quase fugira! Será que ela tinha-se fingido de boa e agora ia aproveitar a chuva para fugir novamente?

Jun
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

- Mas é uma viagem mais satisfatória, apesar de longa. - disse ao ninja.
Um grande balanço do barco fez com que o velho Jun perdesse o equilíbrio e quase caiu. O que impediu a queda foi o pilar de madeira que se encontrava atrás de si. Bateu de costas no pilar e queixou-se mentalmente. Quando os balanços estabilizaram, ele voltou a erguer a sua postura confiante e sábio apesar da dor que sentia na sua coluna.
Nisto aproximou-se uma quarta figura ao grupo: uma mulher, aparentemente ninja e parecia estar com o primeiro ninja. Esta sentou-se envolta numa manta e acabou por desembrulhar alguma comida, oferecendo-a aos presentes.
- Agradeço a sua oferta, mas tenho a minha própria comida. - recusou Jun.
Já a rapariga de cabelos brancos acabou por aceitar os bolos de côco. Tinha tosse, frio, fome e era nómada que procurava bons gestos das pessoas. Jun acreditava que quem fazia bons gestos, o Qy acabava por retribuir, mas para quem aproveitava demasiado desses gestos, o Qy podia castigar e trazer muita infelicidade. Jun podia dizer que aquela mulher estava a seguir o caminho errado e que qualquer dia o Qy mostraria-lhe a sua força mais negativa. Mas nem tudo estava perdido, ela era nova e ainda ia a tempo de mudar o sentido do Qy e encontrar o seu equilíbrio.
- A menina nunca pensou em estabilizar e não viver só às custas dos que procuram o equilíbrio? Seria mais feliz. Conselho de um velho sábio. - e sorriu amavelmente.

Bob
Localização: Floresta, Khinghan

Syndra não pareceu ficar muito cotente com a sua decisão, mas azar! Tanto Bob tanto Steve tinham sido incutidos de mantê-la debaixo de olho, portanto seria isso mesmo que iriam fazer! Encheu o peito com ar e expeliu-o com brusquidão, ao imaginar a tarefa que se avizinhava.
Não tardou para que apanhassem o que precisavam e que partissem numa nova aventura em busca de água. Ora aí estava uma coisa para estranhar. Buscar água?... No meio da chuva? Não valeria mais a pena beber a água da chuva? Se calhar, esta era diferente. Se calhar.
Sacudiu os ombros e focou-se no que tinha à sua frente.
Assim que pareceu estar tudo pronto, puseram os mantimentos às costas e prepararam-se para se meter dali para fora.
Syndra foi a primeira a saltar do chão para o ar. Já Bob mostrou-se reticente em, desta vez, fazer-se levitar a si e ao seu amigo, junto com todos os mantimentos.
Felizmente Steve teve a decência de os parar antes que saíssem numa nova jornada pelos céus.
- Rápida rápido rápido rápido. ((Não sei se consigo levar tudo comigo lá para cima.)) - Encolheu os ombros. O mestre Reginald tinham-lhes dado poderes para impedir Syndra de fazer porcaria, não para fazerem as tarefas do dia a dia - pelo menos era o que pensava.

Clarisse
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Tinha terminado o seu bolo de coco e tencionava ir embrulhar-se na manta que lhe tinham oferecido num canto escuro da divisória húmida. Apesar do gesto da mulher ninja, Clarisse já percebera que aquilo ia ser o máximo que iria ganhar deles. No entanto, antes de se levantar, o velho voltou a dirigir-lhe a palavra.
Viver às custas... Clarisse teve que apertar as suas próprias mãos escondidas por baixo da manta para não dar uma descasca no velho sabichão. Se ele soubesse o que a vida lhe tinha reservado não estaria a fazer comentários daqueles. Clarisse fizera o melhor que conseguira.
Clarisse ficara sozinha muito cedo. Os seus pais, pobres de riqueza e espírito, achavam que o seu cabelo branco era sinal que Clarisse estava amaldiçoada. Tinham-se esforçado durante alguns anos para a manter minimamente alimentada e educada; mas, por fim, tinham acabado por a abandonar. Convencidos que a sua pobreza provinha da maldição da criança de cabelos brancos, tinham-na vendido a uma casa de prostitutas. Clarisse já tinha idade suficiente para saber o que estava a acontecer quando fora entregue àquela maldita casa portanto guardara sempre rancor aos seus progenitores.
Depois de iniciada nas artes do sexo e do prazer, Clarisse esperara o tempo suficiente para atingir a idade que era considerada aceitável para procurar um trabalho sério e normal. Empacotara todas as suas coisas e fugira da casa onde se encontrava. Durante várias semanas fora recusada uma vez atrás de outra; forçara-se a não desistir. No entanto, quando ficara sem provisões e a morrer de fome, o seu "dono" encontrara-a e levara-a de volta à casa. Aí, Clarisse aceitara o seu destino de se tornar uma prostituta. E agora fazia o melhor que podia com o que a vida lhe reservara.
- Não vivo às custas de ninguém. Posso viajar e depender da gentileza das pessoas mas pago sempre de volta com trabalho. - respondeu Clarisse, curta e seca.
Mais uma vez, não era mentira nenhuma. No entanto, o trabalho que lhe pagava as gentilezas envolvia o seu corpo e a sua inocência que, de momento, estava escassa.
Entretanto, o barco deu um solavanco tal que Clarisse tombou para o soalho. Levantando-se de seguida, voltou a envolver-se na manta e dirigiu-se para o tal canto escuro que inicialmente planeara visitar. Encostou-se à parede, escorregou até ao chão e deitou a cabeça nos seus próprios joelhos.

SHEN
Localização: a bordo da Xia He, Guardian's Sea

Coerente com a sua história, a jovem de cabelos brancos aceitou um dos bolinhos de Akali. O mesmo não aconteceu com o velho homem, que não só rejeitou a oferta como decidiu dar um conselho (que poderia ser entendido como uma crítica) à jovem sobre o seu modo de vida. Ela, por sua vez, aceitou mal o que ouviu e afastou-se da divisória onde se encontrava, mas não sem antes ser atirada para o chão devido à fúria do oceano.
Já não era o primeiro abanão forte que assolava o barco, o que poderia significar que ou a tempestade era mesmo agressiva ou já estavam a aproximar-se da costa.
Shen levantou-se - um gesto que Akali imitou de imediato indo refugiar-se de seguida na sua própria cama - e dirigiu-se ao velho, que também já tinha sido vitima da instabilidade do transporte.
- Seria melhor sentar-se. É possível que o barco abane com mais frequência a partir de agora.
Sem mencionar onde ia, Shen avançou até ao canto húmido onde a jovem de cabelos brancos se fora aninhar.
- Pode ficar com o meu lugar o resto da viagem. Já não deve faltar muito para chegarmos.
Esperando que estivesse mesmo certo, Shen continuou a avançar até chegar às escadas de acesso ao convés. Se encontrasse algum membro da tripulação podia ser que lhe pudesse estimar quanto tempo mais demorariam a chegar.

SYNDRA
Localização: Floresta, Khingan

Depois de se pôr a caminho de casa, Syndra não tardou a aperceber-se que os seus guardas tinham ficado para trás.
"Como é que é possível que eles me continuem a atrasar?", pensou, "Já não bastou não termos conseguido reunir tudo o que necessitávamos e agora também é preciso lançarem-se num novo debate para decidir se podem vir embora? Nem estou a acreditar..."
Syndra deu meia volta e voltou a chamar pelas criaturas, desta vez sem a calma na voz.
- Mas vocês vão ficar aí? Está a chover a potes!! Olhem que não espero mais por vocês! - rematou antes de voltar a virar costas para retomar o seu caminho.

Bob
Localização: Floresta, Khingan

E com toda aquela situação, lá ia Syndra a fugir outra vez.
- Vocês, vocês! ((Vamos, rápido!))
Nisto Bob invocou novamente aquela magia negra que os tinha envolvido da primeira vez e levitou-se a grande custo atrás da prisioneira. O que lhe valia, era que pelo menos dentro daquelas esferas não tinha que se preocupar com a chuva.
Ainda ponderou criar uma terceira esfera ao redor de Syndra, mas esta não só já ia mais afastada, como também considerava arriscado criar uma terceira esfera.
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